Não há leito de primeira e segunda classe na Olimpíada, diz secretário
Publicado em 01/08/2016 • Notícias • Português
O secretário municipal de Saúde do Rio, Daniel Soranz, negou hoje que haverá atendimento diferenciado para participantes da Olimpíada e o restante da população na rede pública de saúde. Segundo ele, não há leitos de “primeira ou segunda classe” nos hospitais escolhidos como referência para atender aos turistas durante os Jogos Olímpicos.
Na semana passada, integrantes do Ministério Público vistoriaram hospitais da rede pública e identificaram quartos de alto padrão no Hospital Municipal Miguel Couto, com piso em granito, banheiro próprio e sala de visitas. O MP recomendou ao município do Rio que abrisse imediatamente os novos quartos aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).
“Em relação à polêmica de leitos de primeira classe ou de segunda classe, isto foi uma demanda específica de uma promotora do Ministério Público, que visitou o Hospital Miguel Couto e viu leitos de alta qualidade, com acabamento de primeira linha, com agregação de tecnologia, com televisões nos quartos. Mas isso nós estamos fazendo desde 2009. Leitos têm sido qualificados com o mesmo acabamento, com o mesmo mobiliário, com o mesmo padrão de qualidade”, disse Soranz, em entrevista coletiva no Rio Media Center.
De acordo com o MP, a restrição desses leitos aos demais pacientes do SUS viola o acesso à saúde, garantido pela Constituição.
“Não há qualquer diferenciação no sistema público de saúde para nenhum tipo de autoridade ou pessoa. Todos têm os mesmos direitos, sejam brasileiros ou turistas que estejam aqui na cidade. O atendimento é totalmente financiado com recursos públicos e impostos, não há qualquer tipo de separação”, acrescentou Soranz.
Durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, haverá 235 leitos de retaguarda para atender ao público que comparecerá aos eventos. Desses, 135 leitos são federais, 50 estaduais e 50 municipais. Porém, segundo Soranz, não haverá bloqueio de vagas, que estarão acessíveis a todas as pessoas, estejam ou não ligadas aos Jogos.
Fonte: Valor Econômico