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Odontológico ganha espaço entre operadoras

Publicado em 02/05/2016 • Notícias • Português

Em meio à recessão e à perda de beneficiários da saúde suplementar, planos odontológicos ganharam relevância estratégica para as operadoras de saúde. Mesmo com perspectivas de crescimento menores que as de 2015, especialistas apontam tendência de avanço para o segmento.

“Mesmo representando 9% da receita com planos da empresa, é relevante porque a margem é maior e agrega no resultado líquido”, explica o diretor da operadora de saúde São Francisco, Paulo Santini Gabriel.

Segundo ele, a operadora não teve perda de vidas devido à instabilidade econômica, mas com a pressão dos custos na saúde suplementar, diversificar o portfólio e as fontes de receita é a forma de manter a rentabilidade da operação. A expectativa para este ano é que o plano odontológico tenha um crescimento de 30% em número de beneficiários. Atualmente são 320 mil vidas.

Uma das estratégias que a operadora tem utilizado é a formatação de planos mais econômicos direcionados para o bolso da população brasileira que já está apertado.

“Além de fazer uma gestão mais controlada dos gastos, as empresas precisam entender o que a população precisa”, diz Alberto Lott, da Falconi Consultores de Resultados.

Para ele, a perspectiva do setor é positiva. “Não acho que empresas deixem de oferecer o produto, por conta de o tíquete ser mais baixo.” No entanto, Lott aponta para uma possibilidade de desaceleração do crescimento do mercado, uma vez que empresas que ainda não ofertavam o benefício possam estar aguardando uma retomada dos negócios.

Por outro lado, o presidente do Sindicato Nacional das Empresas de Odontologia de Grupo (Sinog), Geraldo Lima, aponta que o desafio é conseguir redesenhar os produtos que já possuem tíquete baixo e devem lidar com uma regulamentação similar à dos planos médico-hospitalares. “As empresas têm de inovar. Elas devem se reinventar”, ressalta. Entre as estratégias que podem ser utilizadas, Lima aponta a oferta de planos de coparticipação ou com franquias de uso, além de sinergias de venda. “É a hora de procurar parceiros comerciais”, aponta.

Questionado sobre a previsão de crescimento do setor, Lima argumenta que, com os entraves regulatórios e a crise, a previsão é que seja menor que a alta de 2015, de 3,8%.

Entre os fatores que o mercado deverá superar neste ano, segundo ele, estão a reestruturação das carteiras e a saída de beneficiários do sistema.

Fusões e aquisições

Em um mercado pulverizado, um fator que deve retardar a consolidação do setor é a perda do grau de investimento do País. Para o diretor executivo da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), Antonio Carlos Abbatepaolo, nos últimos anos, os fundos de investimento estrangeiros realizaram grandes movimentações no mercado de saúde suplementar. Contudo, com o cenário econômico e político do País incerto, a tendência é que de desaceleração nas operações de consolidação. “Não é por falta de atratividade do mercado de saúde brasileiro. Passada a crise, as movimentações devem ser retomadas”.

Agora, a oportunidade está para as operadoras brasileiras e as movimentações de menor porte. No ano passado, a operadora São Francisco absorveu três operadoras de pequeno porte. A maior entre elas, localizada em Barretos, tinha 30 mil vidas. “Nesse sentido, a crise trouxe oportunidades. Neste ano já estamos prospectando várias”, diz Paulo Gabriel.

Novos mercados

Frente ao avanço do desemprego, que resulta na redução do mercado de planos coletivos empresariais, a Unimed Odonto deverá ampliar seu foco em planos individuais. Para isso, a empresa fechou parceria com a Agente Brasil, empresa que realizará a comercialização dos planos em pontos de venda, e-commerce e telefone. “Queremos que seja fácil de encontrar”, contou ao DCI a gerente de produto, rede credenciada e auditoria da empresa, Fernanda Ceneviva Monseur.

Para a fidelização deste público, a executiva comenta que tem investido na manutenção da rede credenciada. Entre as ações citadas estão ferramentas de desconto para cursos e materiais e seguros. “Geralmente, as pessoas fazem quando precisam. Queremos mudar o conceito e fidelizar mostrando o diferencial da rede”, diz a gerente de produto.

Outra estratégia de crescimento das operadoras será a expansão de suas atividades entre as singulares da Unimed. “Não são todas as cooperativas que fornecem o nosso plano.”

Além de conseguir ampliar a carteira do produto odontológico, esta estratégia ajuda a blindar a marca. “Assim as singulares não correm o risco de perder a carteira para outra operadora que também ofereça o odontológico”, ressalta.

Atualmente, a Unimed Odonto possui 312 mil vidas e a expectativa da companhia é chegar a 500 mil beneficiários ainda em 2016.

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Fonte: DCI

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