OMS alerta para aumento da resistência do ‘Aedes’ ainseticidas

Publicado em 12/04/2016 • Notícias • Português
A Organização Mundial da Saúde (OMS) também alertou ontem que cresce a resistência do Aedes aegypti contra inseticidas e pediu que governos atuem contra o vetor de dengue, zika e chikungunya com o uso controlado de produtos químicos.“Para minimizar o impacto da resistência em programas de combate, decisões adequadas devem ser tomadas.” Segundo a entidade, muitos governos têm optado por inseticidas baratos e de impacto moderado para evitar gastos elevados.
Mas o resultado pode acabar sendo o desenvolvimento de insetos mais resistentes e a necessidade de voltar a usar produtos químicos, desta vez mais caros e afetando a capacidade administrativa de garantir a cobertura de toda a área atingida.Para a OMS,um plano de combate ao vetor da dengue deve ser acompanhado por diferentes métodos.Um deles se refere à rotação de diferentes produtos, não repetindo o mesmo inseticida durante um intervalo de dois anos. Se a área geográfica a ser controlada for grande, sugere-se também a utilização de produtos diversos em cada um dos bairros sob alvo de uma operação. A entidade, porém, admite que a estratégia de diversificar os instrumentos contra o vetor é“de difícil implementação, especialmente com uma epidemia que ganha força e quando é chave conter o surto”.
Repelente.A OMS também pede que haja um combate aos criadouros, juntamente com o uso do inseticida.A recomendação de redes em casas, roupas adequadas e maior uso de repelente voltou a ser feita.
Dermatologista e coordenadora científica da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Denise Steiner diz que os repelentes disponíveis no mercado brasileiro são eficazes contra o Aedes e as diferenças dizem respeito à substância principal e ao tempo de ação.
“Mas agestante tem de se proteger.
De uma maneira geral, orienta-se que a grávida tenha cuidado, porque pode absorver o produto e passar para o feto.” A orientação é de não ultrapassar três aplicações por dia.
“Em geral, eles duram quatro horas, então, a grávida tem de observar o horário mais crítico, que é de manhã e ao anoitecer, para fazer a aplicação.” Gustavo Gusso,diretor da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, diz que não é necessário passar o repelente em todo o corpo,mas apenas nas regiões que ficarão expostas. O produto pode ser aplicadono rosto,mas semcontato com os olhos e a boca. Caso a pessoa tenha algum sinal de alergia, como vermelhidão na pele,deve buscar um especialista.“Se acontecer e for evidente que foi o repelente, deve-se lavar a região e procurar um pronto-socorro.”
Fonte: O Estado de S.Paulo