Oportunidades e desafios da verticalização e novas fusões no setor de dispositivos médicos
Publicado em 30/09/2024 • Notícias • Português
Fabricantes seguem a crescente tendência para manter sua competitividade, podendo reduzir custos, melhorar a qualidade do produto e otimizar processos, além de ser uma estratégia de valor para o setor
A crescente tendência de verticalização e a onda de fusões e aquisições, em que muitas empresas estão integrando suas operações com provedores de serviços de saúde, laboratórios e hospitais, tem exigido dos fabricantes de dispositivos médicos adaptações rápidas a fim de manterem a competitividade.
Afinal, tais mudanças afetam diretamente as relações de negócios entre fabricantes e distribuidores. As margens de lucro e os modelos de parcerias com instituições de saúde podem mudar nessa nova dinâmica de operações.
De acordo com Flávio Eduardo Arakaki, idealizador, fundador e atual CEO da Garza Inteligência Financeira, em um movimento de M&A (M&A é a sigla para Mergers & Acquisitions, que significa “Fusões e Aquisições” (F&A) em português), há muitas variáveis que precisam ser considerada. “Nos últimos cinco anos, tivemos mais de 500 transações de M&A no segmento de saúde, e, em termos de movimentação financeira, quase R$ 100 bilhões, de grandes consolidadores como Rede Dor, Notredame, Happy Vida e outros players que captaram muitos recursos, principalmente na Bolsa de Valores, para financiar o crescimento inorgânico, e saíram comprando diversas empresas”, pontua.
Arakaki explica ainda que o M&A pode ser um instrumento estratégico de geração de valor e que o setor de saúde, hoje, tem muita oportunidade, com muitas soluções de startups para acesso a novas tecnologias médicas e preços mais razoáveis do que há uns cinco anos, por exemplo, quando o mercado estava muito aquecido. “Há muitas oportunidades de fusões entre empresas médias juntarem forças para, quem sabe, criarem um grupo maior, para depois ganhar musculatura e vender bem para um ecossistema maior, de grandes consolidadores, por exemplo”, diz.
O mercado de fusões e aquisições pode ser uma estratégia de valor para as empresas do setor. Há basicamente três tipos de fusões e aquisições: horizontal (atuam no mesmo mercado ou segmento), vertical (combinação de empresas em diferentes níveis, da mesma cadeia de suprimentos), e de conglomerado (de setores totalmente distintos, mas que se fundem procurando algum tipo de sinergia, seja uma busca por maior controle, eficiência ou expansão estratégica.
Ao buscar a verticalização, os fabricantes de dispositivos médicos podem reduzir custos, melhorar a qualidade do produto e garantir uma maior consistência, otimizar processos e conquistar uma melhor eficiência na produção e na logística, resultando em uma cadeia de suprimentos mais ágil e menos vulnerável a interrupções. Além disso, podem ter um melhor controle de qualidade sobre os seus produtos e investir mais em planejamento e desenvolvimento (P&D). Em contrapartida, ela também traz obstáculos, como lidar com uma série de desafios regulatórios e logísticos.
Arakaki lembra, ainda, que a combinação de verticalização e M&A pode criar uma estrutura mais robusta e eficiente para os fabricantes de dispositivos médicos e acelerar a expansão e a inovação, trazendo tanto oportunidades quanto desafios em termos de eficiência, inovação e crescimento.