Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

Panorama Estratégico 2025 reúne lideranças para discutir as principais perspectivas e tendências para 2026

Publicado em 14/11/2025 • Notícias • Português

Associados e convidados especiais da ABIMED participaram, na manhã da última sexta-feira (14), de um debate riquíssimo sobre o cenário político-econômico, na sede da XP, em São Paulo. O encontro reuniu autoridades, especialistas e representantes da indústria para discutir as principais perspectivas e tendências que moldarão o setor de tecnologia médica em 2026. 

A abertura contou com a participação de Fernando Silveira Filho, presidente-executivo da ABIMED, e Gustavo Balassiano, Head do Canal Atacado da XP Banco de Atacado;

O primeiro painel, “Cenários Político e Econômico: Desafios e Oportunidades para o Setor em 2026”, foi moderado por Fernando Silveira e contou com análises de Fábio Zambeli, diretor de Public Affairs do Grupo InPress Porter Novelli; Rodolfo Margato, Vice-Presidente de Pesquisa Econômica da XP; e Vivian Sesto, Head de Ações Comerciais da XP. Ao longo de sua fala, Zambeli destacou que esse será mais um período de instabilidade e imprevisibilidade, com a polarização com forte presença no cenário. Fábio ressaltou o desequilíbrio entre os três poderes, com holofotes sobre judiciário, sendo as indicações de três ministros para o STF pelo próximo presidente da República um vetor crucial para 2025-2027. “Será uma eleição decidida nas margens de erro novamente”, cravou Fábio Zambeli. Para o analista político, essa dinâmica afeta não apenas a agenda governamental, mas também o planejamento das empresas.

Já Rodolfo Margato apresentou uma análise detalhada sobre o cenário econômico internacional e suas repercussões no Brasil. Ele lembrou que o ambiente global segue marcado por incertezas tarifárias, geopolíticas e regulatórias. “Contudo, o ambiente internacional não tem sido detrator para o crescimento econômico no Brasil e o resultado geral é bem melhor do que o temido”, explicou o VP de Pesquisa Econômica da XP. 

Segundo o economista, a valorização das moedas globais frente ao dólar ao longo de 2025 foi um ponto de inflexão. “O dólar desvalorizou cerca de 13% entre janeiro e novembro de 2025, e isso faz toda a diferença para o cenário econômico no curto prazo”, disse. Margato destacou também o efeito da política monetária norte-americana. “Com o Fed voltando a cortar juros, há um aumento no apetite ao risco e uma busca maior por outros mercados e ativos”, explicou, citando o movimento de rotation observados por fundos globais.

No cenário doméstico, Margato apontou que o PIB brasileiro manteve crescimento acima das expectativas nos últimos anos, impulsionado tanto por fatores estruturais quanto por estímulos fiscais. Ainda assim, reforçou a necessidade de atenção ao quadro fiscal. “Sem reformas, é difícil imaginarmos uma trajetória de estabilização da dívida pública”, afirmou o especialista.

Para 2026, a projeção apresentada foi de um crescimento de cerca de 1,7%, acompanhado de mercado de trabalho aquecido e inflação em desaceleração gradual — influenciada, segundo ele, pelos “quatro Cs: câmbio, commodities, clima e China”.

O segundo painel, “Perspectivas Públicas para 2026”, contou com um bate-papo entre Fernando Silveira Filho, Fábio Zambeli e Eduardo Jorge Valadares, Secretário-adjunto de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (SECTICS/MS). Além disso, nomes de destaque do setor público e da saúde, como Leandro Safatle, diretor-presidente da Anvisa; Adriano Massuda, secretário-executivo do Ministério da Saúde; e a deputada federal Adriana Ventura (Novo) saudaram a iniciativa da ABIMED com participação remota. 

Durante sua participação, Eduardo Jorge Valadares destacou os principais desafios estruturais para o avanço do setor de dispositivos médicos no Brasil, enfatizando a necessidade de uma política industrial mais focada, pragmática e construída em diálogo com o setor produtivo. Ele ressaltou a perda de complexidade produtiva ao longo dos anos, a dependência de insumos críticos, como semicondutores, e a escassez de mão de obra especializada, apontando que o país precisa avançar em formação técnica, adensamento tecnológico e previsibilidade regulatória. Valadares reforçou ainda que o Ministério da Saúde trabalha em uma nova política específica para o setor, a ser formulada em 2026, baseada em audiências públicas, critérios claros de compras governamentais e instrumentos contratuais que garantam segurança jurídica para investimentos de longo prazo.

O uso da Margem de Preferência e Compensação Tecnológica, amplamente debatida pela ABIMED, especialmente com a tramitação do PL 2583/2020 no Congresso, também foi pautado entre o presidente da ABIMED e Eduardo Jorge. O secretário adjunto reiterou que a orientação do próprio presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, quanto do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, é de não diferenciar investimentos por origem de capital. “não tem no Ministério da Saúde nenhuma orientação para se distinguir empresa de capital brasileiro de empresa de capital estrangeiro, desde que se tenha investimento no país”, reiterou Valadares.

Com uma programação exclusiva, voltada à análise estratégica do cenário político, econômico e regulatório, o evento reforçou o papel da ABIMED como articuladora de diálogo entre governo, setor privado e sociedade, contribuindo para o avanço da inovação, da sustentabilidade e do acesso à tecnologia na saúde brasileira, sobretudo, para o próximo ano.

Mais notícias e eventos