Política Industrial deve incentivar inovação para atração de capital estrangeiro à saúde
Publicado em 19/03/2024 • Notícias • Português
A nova política Industrial, anunciada em janeiro pelo governo federal, posiciona a inovação e a sustentabilidade no centro do desenvolvimento econômico, estimulando a pesquisa e a tecnologia nos mais diversos segmentos, com responsabilidade social e ambiental. Ao direcionar seu foco para atender o Sistema Único de Saúde (SUS) e o mercado interno, demonstra uma preocupação com a soberania nacional e o acesso da população a produtos e serviços de saúde de qualidade. Esse enfoque pode ser considerado estratégico, especialmente em países em desenvolvimento, onde a dependência de tecnologias estrangeiras pode ser um obstáculo para a autonomia e a sustentabilidade do sistema de saúde.
Porém, é importante notar que essa abordagem pode não incluir elementos atrativos para o capital internacional, já que corporações estrangeiras, que dominam tecnologias de ponta, podem não encontrar incentivos diretos para investir em um mercado onde a ênfase está na produção local.
Para o presidente-executivo da ABIMED, Fernando Silveira Filho, o conjunto de medidas esboçadas na política industrial, embora amplas, são pertinentes, de extrema relevância, haja vista as oportunidades que existem ao nível global, dados os rearranjos das cadeias globais de abastecimento. Contudo, é preciso lembrar que há um gap importante em inovação no Brasil. Por isso, o prazo previsto até 2033 das metas da neoindustrlização é interessante para o executivo. “Existe uma série de situações que precisam ser devidamente direcionadas para que os investimentos comecem efetivamente a ocorrer, principalmente por parte do setor privado. Temos excelentes centros de pesquisa no país com foco em desenvolvimento, tecnologia e inovação. Mas é preciso canalizar para que isso seja otimizado para objetivos mais específicos”, aponta.