Práticas ESG na indústria de dispositivos médicos transformam sustentabilidade em inovação
Publicado em 31/01/2025 • Notícias • Português
A agenda ESG (práticas ambientais, sociais e de governança) tem um papel fundamental no segmento de equipamentos e dispositivos médicos, pois influencia diretamente a sustentabilidade, a responsabilidade social e a governança ética das empresas que atuam nesse setor.
As empresas de dispositivos médicos devem minimizar o impacto ambiental por meio de gestão de resíduos, uso de materiais sustentáveis, eficiência energética e redução de emissões; garantir que tecnologias médicas cheguem a diferentes populações, ter ética no desenvolvimento e testes de produtos promover ambientes de trabalho diversos e apoiar a equidade na saúde; ter governança ética e transparente, seguindo a conformidade regulatória, ter transparência e ética empresarial e seguir protocolos de segurança de proteção dados dos pacientes, são alguns pontos-chave de total relevância para essas organizações.
Além disso, a adoção das práticas de ESG não só melhora a reputação e o valor de mercado das empresas de dispositivos médicos, mas também promove inovação sustentável, reduz riscos e fortalece a confiança de pacientes, profissionais de saúde e investidores. Incorporar essas práticas garante um impacto positivo no setor e na sociedade.
Para integrar os princípios ESG em todos os níveis da empresa, Juliano Paggiaro, CEO da associada BD no Brasil, afirma que é preciso promover a capacitação dos colaboradores.
Ele explica que os passos para implementar políticas ESG na indústria são realizar uma análise profunda das práticas atuais da organização, identificando áreas de impacto ambiental, social e de governança. Em seguida, definir metas mensuráveis alinhadas a esses princípios e acompanhar os indicadores para seguir com as ações ou fazer ajustes para alcançar as metas.
A adesão da empresa ao Pacto Global da ONU também pode ser um importante passo, além da criação de um plano estratégico e a definição de metas de curto e longo prazos nas esferas ambiental, social e de governança, segundo Paggiaro.
“Vale lembrar também que as ações de ESG demandam implementação de sistemas robustos de monitoramento”, ressalta.
Entre os principais desafios da implementação de políticas ESG, o executivo inclui adaptação de processos e tecnologias a padrões mais sustentáveis, especialmente em indústrias com alta demanda de recursos. Mas afirma que é fundamental, além de treinamentos, buscar parcerias com consultorias especializadas, estabelecer um plano de ação factível e definir metas de forma gradual.
Dentre as ações praticadas pela BD que visam o ESG estão a “BD Recicla”, programa realizado em parceria com a Rede D’Or e com o Hospital Sírio-Libanês que já transformou mais de 15 toneladas de resíduos hospitalares plásticos não contaminados em matéria-prima para produção de novos produtos plásticos, como lixeiras para uso da própria instituição de saúde.
Outro compromisso da BD foi reduzir as emissões de gases de efeito estufa por meio da substituição dos veículos a combustão por elétricos. O projeto de mobilidade já contribuiu para a redução da emissão de 41 toneladas de CO₂.
Gestão para amenizar impactos
Diante da urgência de amenizar os impactos causados pela utilização de recursos naturais, sobretudo os advindos dos combustíveis fósseis como petróleo e gás natural, que provocam alterações climáticas, as ações de ESG têm sido pilares da gestão das empresas de todos os setores e em todo mundo.
Alexandre Franco, Managing Director Comercial da associada Fresenius Medical Care Brasil, explica que a indústria de dispositivos médicos, que utiliza muito plástico, água e energia, por exemplo, também está debruçada a estudar todas as formas de modificar seus processos de modo a reduzir sua pegada de carbono, utilizar fontes de energia mais limpas, renováveis e abundantes.
“Por sermos uma multinacional alemã, eles seguem ainda mais a estratégia de sustentabilidade global, baseada na Agenda 2030 e em princípios orientadores das Nações Unidas”, detalha.
Luiz Parente, Plant Manager da empresa, ressalta que todos os negócios da empresa são baseados na gestão responsável, com foco na integridade, na governança corporativa e na conformidade. Quanto à questão ambiental, planejam os processos para utilizar os recursos de forma eficiente, de modo a reduzir os impactos ao meio ambiente e, consequentemente, os custos.
Na esfera social, a organização apoia instituições e iniciativas solidárias ao nível global e local, bem como desenvolve atividades de letramento em diversidade para os colaboradores.
Sobre a implementação de ações de ESG, Parente afirma que há vários desafios que vão desde identificar todas as possíveis melhorias até a análise completa de custos envolvidos com novas tecnologias e novos processos, como verificar a disponibilidade de substitutos para muitos materiais usados, como o próprio plástico.
“Mas temos visto avanços interessantes, que envolvem, por exemplo, novos tipos de plásticos, oriundos de matérias-primas renováveis e com menos impacto ambiental. Temos visto crescer a reciclagem de plástico e até mesmo a devolução desse material na forma de resíduo de forma menos impactante ao planeta.”
A Fresenius também visa as ações que promovam ambientes mais diversos, pautado pela ética e transparência. Para tanto, disseminam esses valores e propósitos diariamente em sua cultura empresarial, com uma comunicação forte e direcionada aos públicos de interesse, pois cuidar das pessoas e do meio ambiente é um desejo da maioria.
A empresa possui um Conselho ESG que orienta rotineiramente as ações. Após entender os conceitos, buscaram as viabilidades de aplicação no negócio, a partir da análise como estão e podem estar mais adiante nas questões de meio ambiente, pessoas e governança.
“Revisamos práticas, criamos novos processos, elaboramos indicadores, fazemos ações de conscientização periodicamente e controlamos nossas metas e resultados. É preciso bastante transparência nesse processo”, conclui Parente.
Fonte: revista Vi Tech – edição n.º 10, novembro/2024