Proibição não reduz o aborto, diz pesquisa da OMS

Publicado em 25/05/2016 • Notícias • Português
O Sistema Único de Saúde (SUS) é uma das grandes conquistas da sociedade na Constituição de 1988. Trata-se de modelo singular que universaliza serviços essenciais de atendimento e assistência para garantir atendimento a grande parte da população, que depende do setor público. O modelo brasileiro inspirou o Obama Care, adotado pelos Estados Unidos. Em vários estados, os programas desenvolvidos por meio do SUS são modelos para outros países. Entre eles, estão os bancos de leite materno, como o concebido pelo Distrito Federal, que foram replicados por países da América Latina e da Europa. Países emergentes, a China anunciou, há menos de um ano, que pretendia implantar o mesmo sistema.
A concepção do SUS levou em conta as múltiplas facetas da realidade brasileira, que impõem ações distintas. O Ministério da Saúde, definidor das políticas do setor, faz o repasse de recursos para o atendimento básico, de média e de alta complexidades, com base nas demandas de cada uma das unidades da Federação, inclusive, as dos municípios. A recorrente alegação de que falta dinheiro é justificativa para o mau atendimento. Hoje, os serviços de saúde entraram em colapso em todo o país, muito mais por falta de gestão do que pela carência de recursos financeiros.
Nas unidades públicas, faltam profissionais, leitos, medicamentos, equipamentos e aparelhos para atendimento aos usuários. Essa desorganização vem acompanhada de frequentes denúncias de desvios de dinheiro e até mesmo de materiais. A maioria dos problemas decorre da inexistência de uma fiscalização rigorosa, que, com base no diagnóstico que lastreou a composição do orçamento, elimine as brechas facilitadoras da corrupção.
Os planos de saúde, que poderiam ser beneficiados com enfraquecimento do SUS, estão entre os usuários da rede. Em casos de tratamento de alta complexidade, como câncer e transplantes de órgãos, as administradoras direcionam os pacientes para os hospitais públicos. Antes de cogitar mudanças no sistema, é preciso fazer sério diagnóstico a fim de identificar os pontos de estrangulamento e desatar os nós que comprometem a qualidade dos serviços indispensáveis à população. Acima de tudo, impõe-se fazer controle efetivo da gestão e dos gastos do dinheiro destinado à rede públicas em todas as unidades da Federação. Não cabe permitir que interesses privados ou de outra natureza contaminem e ponham por terra o avanço que o SUS representa para a sociedade brasileira.
Fonte: G1 – Jornal Nacional