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Quando a tecnologia opera “milagres”

Publicado em 23/02/2023 • Notícias • Português

Até que ponto a tecnologia pode contribuir para melhorar a qualidade de vida das pessoas e, indo mais além, curar doenças graves? Não existe uma resposta concreta para esta questão neste momento, mas o que sabemos é que as possibilidades são muitas e surpreendentes. Para dar apenas um exemplo, mencionamos aqui o estudo de um grupo de neurocientistas da Suíça e da Alemanha que implantou um chip cerebral em um paciente de 34 anos, vítima de esclerose lateral amiotrófica, que paralisou todos os músculos de seu corpo. Depois de muitos anos sem pode falar, o homem voltou a se comunicar. Não por voz, mas o dispositivo permite que ele transmita mensagens à equipe médica usando apenas a força do pensamento.

 

O chip foi projetado pelo Centro Wyss de Pesquisa em Bio e Neuroengenharia, de Genebra. A tecnologia, ainda em estágio inicial, consiste em dois chips, cada um com 64 pequenos eletrodos que ficam conectados ao córtex motor, área na superfície do cérebro de onde partem os comandos conscientes para movimentação de músculos. Ao alternar entre dois padrões de intenções de movimento, o homem consegue responder “sim” e “não” a perguntas feitas pelos médicos, e toda a comunicação é feita com base nessa escolha binária.

 

É claro que este caso clínico mencionado representa um avanço fora da curva – ao menos, por enquanto. Mas a tecnologia já tem trazido grandes benefícios para área médica, mesmo que, no dia a dia, não sejamos capazes de perceber. É o caso, por exemplo, dos sistemas de gerenciamento de dados clínicos, que já é um processo fundamental para oferecer um atendimento de qualidade aos pacientes, bem como ser um facilitador para os médicos e equipes. O gerenciamento também está por trás da transformação dos sistemas de saúde, contribuindo para a evolução da telemedicina. E, sem dúvida, isso também impacta na redução de custos, ao eliminar desperdícios e retrabalho.

 

Outro aspecto que a tecnologia vem ajudando a impulsionar é o desenvolvimento dos exames clínicos, que se tornam cada vez mais precisos, garantindo que os diagnósticos sejam mais exatos e obtidos em menor tempo. Avançando neste aspecto, são também os mais recentes recursos tecnológicos que contribuem para que os procedimentos cirúrgicos sejam menos invasivos e realizados mais rapidamente. Artigo recente publicado no Portal News Medical Life Sciences aponta os mais recentes desenvolvimentos da tecnologia em saúde

 

Inteligência Artificial (IA): está sendo utilizada no diagnóstico de doenças, bem como para oferecer soluções customizadas. Por exemplo, nos sistemas que processam milhares de tomografias computadorizadas, em um cenário de detecção em massa, como na pandemia de covid-19. Isso poupa radiologistas e médicos no atendimento aos pacientes, além de fornecer informações complementares e, assim, melhorar a precisão do diagnóstico e monitoramento.

 

Machine Learning: o aprendizado de máquina está sendo explorado na indústria farmacêutica para identificar novas possibilidades em medicamentos, bem como permitindo a realização de experimentos reais por meio de simulações, o que permite reduzir custos.

 

Sistemas robóticos: com o uso de IA e machine learning, esse recurso já vem sendo utilizado para substituir humanos no desempenho de tarefas rotineiras não qualificadas. Isso libera os profissionais para tratar mais pacientes com menos pressão de tempo.

 

Saúde móvel: as tecnologias móveis de informação e detecção em saúde, denominadas mHealth (mobile Health) vêm ganhando destaque. Essas ferramentas podem ampliar a capacidade de fornecer cuidados de saúde a custos mais baixos com melhores resultados. Por exemplo, aplicações de mHealth podem promover a adoção de comportamentos saudáveis, para ajudar no autogerenciamento de doenças crônicas e reduzir as visitas ao médico.

 

Realidade virtual: a realidade aumentada e virtual está sendo usada de novas maneiras para, por exemplo, tornar mais confortável para pacientes mais sensíveis a execução de alguns procedimentos cirúrgicos; ou para treinar estudantes de medicina de uma maneira mais eficiente.

 

A Internet das Coisas Médicas (IoMT): compreende uma rede de dispositivos e aplicativos de telefonia móvel que rastreiam e previnem eventos graves no curso de doenças crônicas, conectando pacientes e médicos para melhor monitoramento e gerenciamento de tais condições. Por exemplo, monitores portáteis de eletrocardiografia (ECG) podem permitir que pacientes com alterações problemáticas sejam identificados com antecedência suficiente para abortar ataques cardíacos.

 

Blockchain: o uso da tecnologia blockchain tem potencial para melhorar o compartilhamento seguro, conveniente e rápido de informações de saúde entre provedores autorizados e pacientes..

 

Nanotecnologia: o desenvolvimento da nanotecnologia deu origem a muitos sistemas inovadores de tratamento, a exemplo dos xenobots, os minúsculos robôs orgânicos autorreplicantes. Uma ampla gama de aplicações está aberta para a nanotecnologia na medicina, incluindo nanobots para a detecção de doenças atravessando vasos sanguíneos microscópicos e sistemas de entrega de medicamentos com nanopartículas para garantir mais precisão e eficácia aos tratamentos.

 

Impressao 3D: a capacidade de construir partes do corpo, como veias artificiais, implantes, próteses biônicas e instrumentos cirúrgicos personalizados é apenas parte do futuro com a impressão 3D.

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