Saber ABIMED: Complexo Econômico Industrial, Boas Práticas de ATS e Convergência
Publicado em 19/06/2023 • Notícias • Saber Abimed • Português
Localizado no mezanino do Expo São Paulo, o Saber ABIMED contou com um auditório para 200 pessoas e esteve com sua capacidade máxima em todos os eventos, demonstrando que os temas escolhidos pela entidade foram muito estratégicos e de grande interesse.
O debate sobre “Complexo econômico industrial da saúde como vetor para a evolução tecnológica, econômica e social do País” girou em torno dos custos atuais que atingem a cadeia produtiva do setor e como o sistema fiscal vigente estrangula a capacidade de investimento da indústria. Participaram do evento: Diogo Penha, coordenador-geral de base mecânica, eletrônica e de materiais do departamento do Complexo Econômico Industrial da Saúde; Igor Manhães Nazareth, diretor-presidente interino da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (EMBRAPII); e Nelson Mussolini, presidente-executivo do Sindusfarma.
“O Complexo se coloca como vetor para o desenvolvimento social do país. Não queremos apenas produzir, queremos fomentar a cadeia produtiva, gerar emprego e produzir todo o ciclo aqui”, apontou Penha.
Manhães explicou o funcionamento da EMBRAPII e como, em parceria com o Ministério da Saúde e da Ciência, Tecnologia e Inovação, possui mais de 80 laboratórios espalhados pelo país que apresentam um modelo cooperativo e de compartilhamento de riscos para investir em tecnologias e soluções para as empresas. O entrave do custo-Brasil foi outro ponto abordado no debate. “A reforma tributária é a única saída que temos. A burocracia tira dinheiro do investimento e gera custos maiores, se compararmos nossa realidade aos outros países”, afirmou Mussolini.
No Saber ABIMED, a entidade também apresentou o estudo “Boas práticas de ATS para procedimentos e dispositivos médicos”. O objetivo da análise foi mostrar que as submissões, avaliações e decisões sobre a incorporação de tecnologias ao Sistema Único de Saúde (SUS) e ao rol da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) podem ser elaboradas com maior rigor técnico-científico, de forma mais célere, transparente e com ampla participação social.
Gabriela Tannus Branco de Araújo, sócia sênior do Axia Bio Group, destacou que o primeiro a se beneficiar com o estudo será o paciente. Especialista em Health Economics and Outcome Research (HEOR), Sarah Rodrigues acredita que a indústria tem a responsabilidade de entregar produtos melhores a partir desse trabalho. “A indústria precisa sair da submissão e assumir o papel de construção”, completou Fernanda Oliveira, gerente sênior de acesso da J&J Medtech.
O gerente de Legal & Compliance da ABIMED, Jorge Roberto Khauaja, abordou o tema “Impactos de Trade – iniciativas globais para a convergência regulatória de dispositivos médicos”, salientando aspectos importantes que facilitam o processo para uma convergência regulatória. Uma das iniciativas destacadas foi a AdvaMed – Associação de Dispositivos Médicos nos EUA, baseada em Washington, DC, que possui 100 funcionários e reúne 450 empresas associadas, sendo que 90% dessas empresas são novas ou PMEs (Pequenas e Médias Empresas).
Ele também refletiu sobre as lições aprendidas com a Covid-19, período em que o setor sofreu com a escassez de produtos no mercado, a falta de padrão regulatório e dificuldades para a entrada de produtos no País, entre outros. Diante da necessidade de se eliminarem barreiras ao paciente, afirmou Khauaja, é fundamental identificar e minimizar os entraves aos produtos médicos. “A convergência regulatória é imprescindível para efetivação deste cuidado, utilizando normas e referências internacionais, com avaliação de custo-benefício”.
Link do Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=M50YEoipmPQ&list=PLCHvYErZGHnWw3VQNmhqDsLPwI4w_1CkK&index=4