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Sete mil leitos de internação do SUS foram fechados no RJ em cinco anos

Publicado em 25/05/2016 • Notícias • Português

O Rio de Janeiro foi o estado que perdeu o maior número de leitos em hospitais entre 2010 e 2015. Foram fechados sete mil leitos de internação do Sistema Único de Saúde e na rede particular, 1.700. O levantamento é do Conselho Federal de Medicina. Os setores que mais sofreram foram o de clínica geral, o cirúrgico, o obstétrico e o pediátrico.

Uma enfermaria que há três anos virou depósito e equipamentos estão sem uso. Só no Hospital Universitário Gafrée Guinle, referência no tratamento de Aids, são oito enfermarias desativadas. Isso representa 60 leitos que poderiam estar sendo usados pela população, mas estão vazios.

Para funcionar plenamente, o diretor diz que precisaria receber do Ministério da Saúde R$ 5 milhões por mês. Recebe apenas R$ 1 milhão.

“Quem sofre mais é a população, principalmente a população pobre que depende do Sistema Único de Saúde. O problema de sucateamento de hospitais vem de longa data nas três esferas: municipal, estadual e federal. Esse é um problema de gestão que precisa ser resolvido”, fala o diretor do Hospital do Gaffrée e Guinle, Fernando Rafael Almeida Ferry.

Os hospitais particulares que tem convênio com o sus também enfrentam problemas. A Casa de Saúde e Maternidade Nossa Senhora das Graças funciona há mais de 50 anos na Zona Oeste do Rio está prestes a fechar. Dos 82 pacientes internados – 76 são mantidos pelo SUS. O hospital afirma que recebe R$ 65 por dia para cada doente e que precisa, no mínimo, de R$ 300.

“Esse repasse do SUS, desde 1997 até hoje, ele só foi reajustado em 15%, ele está totalmente defasado e principalmente se você for medir a inflação como medicamentos, com água energia, tudo isso é custo que nós temos”, diz o advogado da casa de saúde, Clóvis Ferro Costa.

O porteiro Mário Sérgio sabe bem o que é precisar de tratamento e não encontrar vaga. Tão difícil quanto enfrentar o câncer no intestino, foi esperar pela cirurgia por quatro anos.

“Sempre quando eu vinha reclamar no hospital era falta de leito, era falta de leito que o hospital está em obra, que não tinha leito para homem. Enfim, cada um empurrava para o outro. Isso aí é um jogo de empurra danado”, conta Mário Sérgio.

A Secretaria Municipal de Saúde do Rio afirma que criou 1.350 leitos, nos últimos seis anos. A Secretaria Estadual diz que aumentou o número de leitos, nesse período. Segundo a secretaria, a redução foi em hospitais particulares que mantém convênio com o SUS.
O Ministério da Saúde também disse que reduziu o número de leitos conveniados e aumentou o número na rede pública, no Brasil, mas reconhece que, no estado do Rio, houve uma redução de 365 leitos do SUS. Em relação ao Hospital Gafrée Guinle e Antonio Pedro, o Ministério da Saúde diz que os repasses estão em dia e que vem aumentando o valor de ano a ano.

Fonte: G1

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