Entre os destaques está o procedimento de enxerto ósseo vascularizado, pouco difundido no país, apesar dos benefícios para o paciente

O Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa (IEP/HSL) promoverá no próximo dia 03 de setembro, em São Paulo, o III Simpósio de Mão e Microcirurgia Reconstrutiva. O objetivo é debater e difundir as técnicas mais avançadas na área, incluindo a reconstrução óssea realizada por meio da microcirurgia, afirma o Prof. Dr. Marcelo Rosa de Rezende, coordenador do Simpósio e do Núcleo de Cirurgia da Mão e Microcirurgia Reconstrutiva do Hospital Sírio-Libanês.

“Nosso foco nesta edição será o enxerto ósseo vascularizado, uma técnica pouco difundida, mas que reduz quase pela metade o tempo de consolidação óssea”, destaca Rezende.

Ele ressalta que, ao contrário do que se imagina, os ossos têm vida e possuem um sistema de vascularização. Quando ocorrem grandes perdas ósseas, que levam à necessidade de utilização de enxertos, a técnica convencional não faz uso desses vasos sanguíneos. No entanto, principalmente em casos envolvendo tíbia, fêmur, mandíbula ou regiões críticas da mão, como os ossos escafóide ou semilunar, o enxerto vascularizado apresenta inúmeras vantagens, como maior rapidez de consolidação, maior resistência à infecção e menor risco de ocorrer uma nova fratura.

Apesar desses benefícios, de acordo com o especialista, o Brasil possui poucos centros e um número reduzido de profissionais que aplicam a técnica de enxerto ósseo vascularizado. “Precisamos ter mais hospitais e médicos realizando a técnica, que represente um grande avanço nos casos de acidentes que necessitam da microcirurgia e deste tipo de enxerto”, afirma.

Destinado a médicos das especialidades de Ortopedia e Traumatologia, Cirurgia da Mão, Cirurgia Plástica e Neurocirurgia, o III Simpósio de Mão e Microcirurgia Reconstrutiva também é aberto para profissionais da saúde nas áreas de Fisioterapia, terapeutas, reabilitadores e acadêmicos.

Entre os palestrantes está o Dr. Carlos Zaidenberg, ortopedista, cirurgião de mão e anatomista, docente da Cátedra de Anatomia da Universidade de Buenos Aires e ex-presidente da Associação Argentina de Cirurgia da Mão. Zaidenberg é o descobridor e grande divulgador de enxertos ósseos vascularizados do rádio, que revolucionaram o tratamento de patologias do punho.

Esta terceira edição também tem a coordenação dos médicos assistentes Dr. Dimas André Milcheski e Dr. Hugo Alberto Nakamoto, da área de Cirurgia Plástica do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo. A programação ainda inclui temas como reconstrução das extremidades, reconstrução de cabeça e pescoço e deformidades congênitas.

Fonte: Saúde Online