Termômetro ABIMED traça um panorama das empresas de dispositivos médicos
Publicado em 30/09/2024 • Notícias • Português
Levantamento com as empresas associadas sobre o 1º semente de 2024 ajuda a traçar o cenário diante da Reforma Tributária, a busca pela sustentabilidade do setor e mostra uma expectativa de crescimento continuado
A ABIMED – Associação Nacional da Indústria de Tecnologia para Saúde realizou um levantamento com suas empresas associadas com o objetivo de traçar um panorama geral sobre o momento do setor de dispositivos médicos e as perspectivas para o futuro e também identificar como a Reforma Tributária pode afetar os custos de produção e distribuição de equipamentos médicos. O “Termômetro ABIMED” reuniu informações de empresas de diversas origens de capital, tamanho e modelo de negócios, incluindo 29 plantas operativas no Brasil.
Como explica Fernando Silveira Filho, Presidente-Executivo da ABIMED, considerando performance de faturamento, os resultados apontam que para 50% das empresas ouvidas, houve um crescimento entre 5% e 9,9% considerado o 1º semestre de 2024 em comparação ao mesmo período de 2023. “Temos, ainda, 20% das empresas que registraram um faturamento acima de 10%; outros 10% que ficaram entre 0% e 4,9% de aumento no faturamento e, finalmente, aquelas que registraram queda entre 0,1% e 5%, que totalizam os 20% restantes do gráfico”.
O primeiro semestre de 2024 mostrou uma expectativa de crescimento continuado em relação ao mesmo período do ano passado e, ao último semestre de 2023, porém os custos setoriais apresentaram altas expressivas, com índices superiores a 5%, como aponta o levantamento – com maior ênfase aumentos entre 5 e 15% – em setores como câmbio, custos logísticos, repasses decorrentes de inflação e disponibilidade de produtos. “Se considerarmos que o setor de saúde tem apresentado sérias debilidades em sua sustentabilidade, impactos relevantes de custo em qualquer elo da cadeia não contribuem para a estabilização do quadro geral”, alerta Silveira Filho.
Considerando-se a atual conjuntura de custos, as respostas dos associados ABIMED apontam ainda para um cenário de crescimento, mas já com apontamentos de estagnação ou mesmo queda, quadro esse não verificado em nenhum momento desde 2022 quando ainda os efeitos da pandemia eram sentidos.
Quanto à regulamentação da Reforma Tributária que ainda está em tramitação no Senado Federal, o governo federal e as lideranças do setor empresarial estão engajados em buscar um consenso que favoreça tanto o crescimento econômico quanto a justiça fiscal.
A partir dessa avaliação, caso o texto final não atenda às necessidades da área da saúde e do segmento de dispositivos médicos, para 50% dos respondentes da pesquisa, a perspectiva é de provável redução dos investimentos na operação. “O mercado de dispositivos e equipamentos médicos se caracteriza por inovações em curto espaço de tempo, entre 18 e 24 meses, e quaisquer retrações indicam tendência de defasagem tecnológica”, pontua o presidente da ABIMED. “Por isso é tão importante que a Reforma Tributária avance no Senado, em relação a dispositivos e equipamentos médicos, tendo por base as premissas de alíquotas reduzidas previstas na Emenda Constitucional 132/2023, de modo que ocorra não apenas uma evolução de nosso Sistema Tributário, como também um elemento que traga segurança jurídica e, por consequência, possibilite não só a manutenção dos investimentos existentes como também que estimule novos investimentos no setor, o que só beneficiará a saúde da população”, finaliza.