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Três mil sem planos de saúde

Publicado em 20/07/2016 • Notícias • Português

Em apenas um mês, 2.987 pessoas em Pernambuco perderam assistência médica particular. De acordo com pesquisa da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), em maio utilizavam os planos de saúde 1.352.510 pessoas no Estado. No mês junino, o número de usuários caiu para 1.349.523, -0,22%. Os dados nacionais também não são animadores. Ainda segundo a pesquisa, 98.774 usuários não utilizam mais os serviços particulares no Brasil, uma queda de 0,2% de um mês para outro.

Segundo o presidente da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge-PE), Flavio Wanderley, boa parte dos números é relacionada ao cancelamento de contratos coletivos, após cortes de funcionários devido á crise econômica. “Muitos trabalhadores brasileiros tinham planos particulares, porque suas empresas pagavam ou tudo ou uma porcentagem do valor das consultas. Com a demissão, o contrato é cancelado”, disse. Para ele, muitos beneficiários estão optando pelo Sistema Único de Saúde (SUS) ou até mesmo buscando serviços particulares, fora de planos. “Esses dados não são bons. Pois sobrecarrega o sistema público. E no caso de pessoas que pagam pelo serviço particular, aumenta consideravelmente o orçamento da família”, comentou.

O levantamento feito pela Abramge mostrou que de abril de 2014 até abril de 2016 cerca de 100 mil trabalhadores no Estado já estão fora dos planos de saúde formais. É bom lembrar que é cada vez mais difícil contratar um plano individual. A onda de demissões no País não é a única explicação. Mudanças nos planos e terceirização dificultam a contabilização das pesquisas do setor.

Quem enfrenta hoje essa dura realidade é a professora Barbara Karina dos Santos, de 30 anos. Ela ficou com plano de saúde por um ano e meio, enquanto foi professora de biologia de uma rede particular de ensino, mas, recentemente, após sua demissão, em dezembro, não teve como bancá-lo mais. “Os valores oferecidos a mim eram muito altos, não tinha condições de pagar a fatura que passaram a me cobrar. Hoje, terei de buscar o SUS, quando precisar. Até o momento, não foi necessário. E espero o mais rápido possível voltar a ter um plano de saúde de qualidade e confiável para que isso não tenha de ocorrer”, afirmou.

Apesar dos exemplos ruins, alguns estados brasileiros até conseguiram apresentar um aumento no numero de contratação de planos de saúde, como foi os casos de Amazonas, Bahia, Pará, Piauí, Rio Grande do Sul e Tocantins.

Fonte: Folha PE (Online)

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