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Varian abre em Jundiaí a primeira fábrica de aceleradores lineares da AL

Publicado em 13/12/2018 • Notícias • Português

A americana Varian abre hoje em Jundiaí, interior de São Paulo, a primeira fábrica de aceleradores lineares para tratamento do câncer da América Latina. O projeto da companhia já consumiu R$ 100 milhões e está inserido em um amplo programa de saúde pública, de R$ 545 milhões, que põe o país no caminho da independência das importações desses equipamentos e amplia o acesso à radioterapia. A multinacional é fornecedora do Plano de Expansão da Radioterapia no Sistema Único de Saúde (SUS).
A primeira máquina montada na fábrica paulista, de acordo com o diretorexecutivo da Varian, Humberto Izidoro, será entregue no mercado privado.
Os equipamentos que serão fornecidos para a saúde pública ainda serão montados em Palo Alto, Califórnia (EUA), onde fica a sede da companhia, uma vez que a importação desse tipo de equipamento por instituições filantrópicas e hospitais públicos é beneficiada por isenção fiscal. A Varian também tem unidade produtiva na China.
“Já tivemos conversas com o governo, que serão retomadas, para que as máquinas feita no país sejam tão competitivas quanto as importadas”, diz Izidoro. No ano passado, as conversas sobre um potencial benefício fiscal ocorreram no Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz). Com a mudança dos governos estaduais, os representantes da empresa pretendem retomar contatos a partir de janeiro. A ideia é mostrar que existe demanda crescente por radioterapia e uma eventual isenção de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) daria impulso ao tratamento, e tornaria o produto nacional tão competitivo quanto o importado no mercado público. Por enquanto, vale mais a pena importar.
A companhia já embarcou 23 aceleradores lineares para o país até setembro e outras 28 máquinas estarão prontas até setembro de 2019. A parceria entre a multinacional, cujo faturamento anual está na casa de US$ 3 bilhões, e o governo federal começou a se desenhar em 2013. Um ano antes, o Ministério da Saúde decidiu levar adiante uma licitação para compra de 80 aceleradores lineares, aos moldes da que foi lançada pela Força Aérea Brasileira (FAB), com transferência de tecnologia.
A Varian venceu a licitação, que inicialmente previa a construção da fábrica, a instalação de um centro de treinamento, a compensação tecnológica e entrega dos 80 aceleradores até 2021. Agora, no mesmo prazo, serão fornecidas 100 máquinas e a meta da multinacional é renovar a parceria com o Ministério da Saúde e centros de tecnologia, para criar no Brasil cursos que capacitem startups locais a desenvolver softwares de saúde que atendam as normas da agência reguladora americana nessa área, Food and Drug Administration (FDA). “Esse é o grande legado do projeto. Permitir que as startups tenham acesso à metodologia e passem nos testes do FDA”, afirma o executivo.
A Varian é líder no mercado global de aceleradores lineares para tratamento do câncer, com participação de mais de 60%. Na América Latina, a fatia está estimada em cerca de 70%. “O projeto é estável, com impacto social, e coloca o Brasil como mercado estratégico para a Varian”, diz Izidoro.

Fonte: Valor Econômico

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