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Plataforma robótica amplia o valor na saúde e precisa de maior acesso no Brasil

Publicado em 06/12/2024 • Notícias • Português

A robótica vem transformando a medicina, especialmente nas cirurgias minimamente invasivas. Robôs cirúrgicos, como o Da Vinci, estão presentes em especialidades como urologia, oncologia e cardiologia, oferecendo benefícios como menor tempo de recuperação, menos dor e maior precisão nos procedimentos.

Esses avanços foram discutidos no simpósio “O Futuro da Medicina e a Medicina do Futuro”, realizado em 4 de dezembro no Senado Federal. O evento foi promovido pelas Frentes Parlamentares Mistas da Medicina (FPMed) e em Prol do Acesso e Uso Racional de Tecnologias em Saúde (FPMedTec). Representando a ABIMED, participaram Fernando Silveira Filho, Presidente-Executivo, e Felipe Carvalho, Diretor Regional de Brasília, defendendo a ampliação do acesso às tecnologias em saúde para toda a população.

Desde 2017, o número de plataformas robóticas no Brasil triplicou, passando de 40 para 118 unidades, sendo apenas nove disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS), conforme apontou Jordanna Diniz, Presidente da Sociedade Brasileira de Videocirurgia, Robótica e Digital (Sobracil-DF).

Um exemplo de impacto está na abordagem da endometriose. A cirurgia robótica oferece recuperação mais rápida, menor risco de complicações e cicatrizes reduzidas. Além disso, permite uma visão tridimensional, maior precisão nos movimentos e melhor capacitação de profissionais.

Comparada à laparoscopia, a robótica proporciona benefícios adicionais. Arnaldo Fazoli, médico do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP), destacou que, enquanto na laparoscopia o médico manipula as pinças diretamente, na robótica o cirurgião controla os braços robóticos de um console, utilizando até quatro ferramentas simultaneamente.

“O SUS cobre 80% da nossa população, e a discussão sobre a incorporação dessas tecnologias é urgente. Estamos atrasados em todos os estados”, afirmou Rodrigo Nascimento, Presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO).

Nascimento ressaltou que, apesar de a cirurgia ser essencial na jornada do paciente oncológico, ela ainda recebe poucos recursos. Dos R$ 236 bilhões do orçamento anual do Ministério da Saúde, apenas R$ 4,9 bilhões são destinados à oncologia, evidenciando a necessidade de maior investimento no setor.

Para o urologista Rafael Coelho, superar desafios de custos e capacitação é prioritário para expandir o acesso à cirurgia robótica. Ele também destacou a telecirurgia como uma tendência promissora, mas que exige regulamentações robustas para questões éticas e práticas, como responsabilidades em casos de complicações e licenciamento profissional em diferentes regiões.

O painel sobre robótica foi moderado por Délio Martins, Gerente de Assuntos Médicos da Johnson & Johnson MedTech, e reforçou a importância de ampliar o acesso às plataformas robóticas para promover uma saúde mais eficiente e equitativa no Brasil.

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