Casos de microcefalia por vírus são relatados em SP
Publicado em 08/01/2016 • Notícias • Português
A cidade de São Paulo já registrou dois casos de microcefalia com suspeita de relação com o zika vírus, de gestantes vindas de Estados do Nordeste.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde,uma das mulheres deu à luz na semana passada, no Hospital Municipal Mário Degni, no Butantã, zona oeste da capital. A outra está com 36 semanas de gestação,mas amá-formação já foi diagnosticada durante um exame de imagem feito na Santa Casa de São Paulo, onde está sendo atendida.
A primeira engravidou na Paraíba e passou o início da gestação naquele Estado, onde 96 casos de microcefalia já foram registrados.
A segunda veio de Pernambuco, Estado com o maior número de registros até agora: 487. A capital tem uma média histórica de 10 a 15 casos de microcefalia por ano,causados por outros fatores, como rubéola e consumo de drogas. Neste ano, já haviam sido notificados 12. Mas os dois novos casos são os primeiros da cidade com suspeita de relação com o zika. Segundo o secretário municipal de Saúde, Alexandre Padilha, as duas gestantes tiveram sintomas do zika vírus nos primeiros meses de gravidez.
“Quando ainda estavam no Nordeste, tiveram febre e exantemas (manchas vermelhas no corpo).
Como o período de transmissão do vírus dura poucos dias, quando elas vieram para São Paulo já não tinham o risco de transmitir”, diz Padilha.
O rastreamento dos dois casos foi possível graças a uma nova regra estabelecida pela secretaria no dia 11 de novembro, após o aumento de casos de microcefalia no País. “Passamos a orientar todas as maternidades de São Paulo a, além de fazer o registro de microcefalia no momento do nascimento, buscar em exames de imagem,como ultrassons, suspeitas da má-formação e notificar a vigilância local quando há casos suspeitos”, explica o secretário.
Até agora,a cidade de São Paulo não teve casos autóctones (de transmissão interna) do zika vírus.Foram apenas três registros importados:dois cuja infecção aconteceu na Bahia e outro de um paciente que passou por vários Estados do Nordeste.Além disso,sete casos suspeitos estão em investigação.
Em todo o Estado, foram confirmados dois casos autóctones do zika vírus: um em Sumaré e outro em São José do Rio Preto, ambos no interior. As contaminações aconteceram no primeiro semestre do ano.
Gravidez. Padilha afirmou que as mulheres não devem ser desencorajadas a engravidar – como já disseram técnicos federais –, mas devem redobrar os cuidados. “A dengue é potencialmente mais grave para uma grávida do que o zika porque pode causar a morte da gestante ou um aborto. O que deve ser feito é redobrar o cuidado com o combate ao mosquito,porque aí estaremos nos prevenindo da dengue e do zika”, disse.
Fonte: O Estado de S.Paulo