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Corretoras disputam segurados ‘órfãos’

Publicado em 14/09/2015 • Notícias • Português

Após o anúncio da medida que, na prática, significa o fim dos planos de saúde da Unimed Paulistana, usuários têm lidado agora com o assédio das corretoras de saúde.

Sem se identificar como jornalista, a reportagem conversou com algumas para saber as ofertas de planos individuais. Ouviu propostas de “”troca”” para Amil, Intermédica e Transmontana, a custos de R$ 199 a R$ 588 mensais para serviços básicos.

O motivo do lobby está nos números: ao todo, a Unimed Paulistana, que existe desde 1971, tem 744 mil clientes. A ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) determinou que eles sejam transferidos para outro gestor.

Inicialmente, a Unimed Paulistana tem até o início de outubro para fechar um acordo e repassar os clientes. Se isso não ocorrer, a ANS deve fazer uma oferta pública para que outras operadoras apresentem propostas.

Em meio ao impasse, administradoras de benefícios que possuem clientes com planos da Unimed Paulistana começam a planejar alternativas para manter os usuários.

A Qualicorp, por exemplo, que tem 160 mil deles, a maioria ligada a entidades ou associações de profissionais, tem enviado kits aos usuários em que afirma ter fechado acordo com a Unimed Fesp (Federação das Unimeds do Estado de São Paulo) para possível troca de operadora, “”com rede médica, coberturas e preço similares””.

Procurada, a Fesp não comentou o acordo e disse que o caso é acompanhado pela Unimed do Brasil, que representa o conjunto de operadoras com a marca –cada Unimed tem gestão e até mesmo rede de serviços diferente.

Em nota, a Unimed do Brasil diz que “”está trabalhando junto à ANS e com as operadoras do sistema Unimed para propor alternativas e garantir medidas administrativas que assegurem o atendimento aos beneficiários””.

A ANS diz que o usuário tem autonomia para decidir sobre possível troca de plano antes do fim do prazo de alienação da Unimed Paulistana.

Segundo a agência, a operadora tem obrigação de garantir o atendimento até que a transferência seja concluída –para isso, é recomendado manter as mensalidades em dia, afirma a agência.

O Procon-SP orienta usuários a esperar o prazo de 30 dias para que possam comparar as ofertas existentes com a rede do plano para o qual podem ser transferidos.

Isso porque, na transferência, o usuário tem direito a rede de serviços e mensalidades similares às anteriores.

Nesse caso, também não há carência –em algumas situações, como a de clientes que recebem atendimento para doenças já existentes, a espera para obter alguns serviços em um plano novo pode chegar a dois anos.

INCERTEZA

Enquanto alguns usuários lidam com o assédio, outros vivem uma incógnita em relação ao atendimento.

É o caso de Maria Julia Monteiro, de 78 anos –28 deles como usuária de um plano da Unimed Paulistana.

Há alguns meses, a família tentou, sem sucesso, fazer com que ela e o marido trocassem de plano, que hoje custa R$ 2.000 mensais. “”Ninguém aceita idoso””, diz ela.

Em nota, a Unimed Paulistana diz que faz “”todos os esforços para garantir o atendimento a seus beneficiários durante o período de transição””.

Fonte: Folha de S.Paulo

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