Crise financeira afeta atendimento em 17 UPAs e 7 hospitais doRio
Publicado em 05/01/2016 • Notícias • Português
Dezessete Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e sete hospitais da rede estadual do Rio estão ou fechados ou com as assistências precárias, por causa da crise econômica que afeta o Estado. O levantamento é do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj). Algumas das unidades restringiram o atendimento, salários dos funcionários estão atrasados e faltam insumos e medicamentos.
Na madrugada de ontem, a emergência do Hospital Adão Pereira Nunes (Saracuruna,distrito de Duque de Caxias, referência na assistência médica da Baixada Fluminense) foi fechada com tapumes. Só no Centro de Tratamento Intensivo (CTI), 23 leitos foram fechados. O governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) disse ontem que “está fazendo esforços para tentar regularizar nesta semana os repasses da saúde”. “Estou arranjando linhas de financiamento.Dei uma prioridade aos salários dos servidores. Agora estou cuidando da saúde”, disse.
Segundo o governador, seriam precisos de R$ 250 milhões a R$ 350 milhões para reativar os hospitais. “Só consigo reabrir se tiver dinheiro para fazer o pagamento. Estou com toda a equipe reunida, vendo uma operação bancária. Tenho recursos para receber das empresas.
Dependo da Justiça, que está em recesso, me ajudar”, declarou.
A Secretaria Estadual de Fazenda informou que está buscando receitas extraordinárias.
“Estamos fazendo algumas operações extraordinárias de arrecadação para minorar essa situação, que nos angustia”,disse o secretário da pasta, Júlio Bueno.
Ontem, o Sindicato dos Médicos do Rio entrou com ação na Justiça do Trabalho contra as OSs para que seja feito o pagamento imediato dos salários atrasados dos funcionários da Saúde.A presidente do Conselho Regional de Enfermagem do Rio de Janeiro,Maria Antonieta Tyrrell, informou que há quatro casos de agressão a enfermeiros e médicos por pacientes que foram comunicados que não poderiam ser atendidos, pela falta de condições mas unidades.
Umadasocorrências foi registrada na UPA Campo Grande II, na zona oeste. A enfermeira relatou em seu boletim médico que um paciente tentou enforcá-la ao ser recusado pela unidade.
Saída. O Estado anunciou ontem a saída do secretário de Estado da Saúde, Felipe Peixoto, para o próximo dia 31. Em seu lugar, entrará o médico Luiz Antonio de Souza Júnior, atual secretário de Saúde de Nova Iguaçu,na Baixada Fluminense.
Fonte: O Estado de S.Paulo