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DIFICULDADES PARA CERTIFICAÇÃO DE QUALIDADE EM ORGANIZAÇÕES DE SAÚDE

Publicado em 01/10/2013 • Notícias • Português

Preocupados_x000D_
com os custos da assistência hospitalar e aumentos no setor de saúde, várias_x000D_
organizações (hospitais, clinicas, prestadores de serviços e fornecedores de_x000D_
materiais e remédios) vem atualmente adotando programas de qualidade, buscando_x000D_
adotar um conjunto de ações objetivando reduzir os custos da assistência à_x000D_
saúde, seguindo uma política de atenção administrada. Um destes programas é a_x000D_
acreditação hospitalar, que se empenha em unificar ética profissional,_x000D_
responsabilidade e qualidade do atendimento.

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O_x000D_
Ministério da Saúde, dentro do Programa de Garantia e Aprimoramento da_x000D_
Qualidade em Saúde – procura estabelecer critérios de qualidade que possam ser_x000D_
efetivamente aplicados nas organizações. Uma organização só consegue realmente_x000D_
promover o alto nível de qualidade pessoal entre os seus funcionários – e, como_x000D_
consequência um alto nível de qualidade nos departamentos onde esses indivíduos_x000D_
atuam, criando produtos e serviços que representem, para os seus clientes,_x000D_
valor e significado únicos. Os instrumentos e estratégias da qualidade_x000D_
favorecem esta procura e representam um potencial requisito para a criação de_x000D_
um ambiente de trabalho. Diante dos desafios que o atual mercado competitivo_x000D_
apresenta, a acreditação na área de saúde aparece como uma ferramenta complementar_x000D_
estratégica que visa proporcionar a integração dos processos internos aos_x000D_
objetivos organizacionais.

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A ONA_x000D_
é a principal ferramenta para a implantação da qualidade na área de saúde. Tem_x000D_
por objetivo promover a implantação de um processo permanente de avaliação e de_x000D_
certificação da qualidade dos serviços de saúde, permitindo o aprimoramento_x000D_
contínuo da atenção, de forma a melhorar a qualidade da assistência, em todas_x000D_
as organizações prestadoras de serviços de saúde do País. As etapas que devem_x000D_
ser seguidas e são essenciais para a implantação do programa de acreditação da_x000D_
ONA:

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Desenvolvimento_x000D_
de indicadores de qualidade, relativos à estrutura, aos processos e aos_x000D_
resultados;
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Avaliação do Hospital na aplicação dos indicadores;
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Educação – Essa etapa contempla o estudo dos indicadores, análise dos dados,_x000D_
estabelecimento dos objetivos e metas, elaboração de uma política gerencial de_x000D_
envolvimento e compromisso dos profissionais;
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Reconhecimento;
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Custos – É necessário determinar o custo da certificação e as fontes de_x000D_
financiamento;
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Estratégia – Essa etapa compreende as fases de estudo, definição do perfil do_x000D_
processo, divulgação, aplicação do teste, reavaliação generalizada e avaliação_x000D_
do resultado;
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Finalização e Viabilização do projeto.

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Depois_x000D_
de cumpridas estas etapas, organização é avaliada de maneira sistêmica onde_x000D_
estruturas e processos interferem no resultado final, sendo assim, no processo_x000D_
de avaliação e na lógica da acreditação não se avalia um setor ou departamento_x000D_
isoladamente.

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A_x000D_
implantação de um programa de qualidade em uma empresa é um processo de_x000D_
envolvimento e comprometimento de pessoas. Desde início da criação de sistemas_x000D_
de qualidade, teóricos desta área em especial, vêm salientando a importância do_x000D_
engajamento e do apoio da alta gerência para que a implantação da qualidade_x000D_
seja feita de forma produtiva e traga para as organizações melhorias_x000D_
permanentes tanto nos processos de fabricação de produtos quanto de serviços._x000D_
Ressaltam, portanto que o comprometimento dos gerentes é muito importante para_x000D_
a sustentação da qualidade e que sem este não é possível tornar a qualidade_x000D_
parte da cultura.

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Um dos_x000D_
maiores empecilhos apontado por pesquisas é a não participação da alta gerência_x000D_
nos programas de implantação da qualidade. A falta de entendimento do_x000D_
significado e alcance do programa da qualidade é apontada como uma das causas_x000D_
para o desinteresse da alta administração. Este desinteresse traz um enorme_x000D_
peso, já que cabe a estas pessoas assumir a responsabilidade de adotar e guiar_x000D_
o programa de forma tácita e percebida pela equipe, sendo que essa ação tem_x000D_
valor de persuasão superior a palavras, campanhas e exortações. A confiança na_x000D_
liderança mostra-se como fator decisivo para o sucesso ou o fracasso da_x000D_
qualidade em uma organização.

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A_x000D_
maior parte dos problemas criados com a não participação da alta gerência_x000D_
decorre do desconhecimento do que é realmente a qualidade, uma vez que a maior_x000D_
parte dos gerentes e diretores não possuem os conhecimentos necessários sobre_x000D_
Gestão da Qualidade e das mudanças estruturais que a mesma traz para sua_x000D_
efetiva incorporação no cotidiano das empresas. Muitos destes gerentes e_x000D_
diretores, diante de mudanças da cultura organizacional se mostram resistentes_x000D_
e apegados a padrões antigos de cultura. Mesmo aqueles que apoiam os programas_x000D_
de qualidade sentem falta de uma maior liderança e de recursos para a_x000D_
realização de melhorias, representando grandes empecilhos ao sucesso das_x000D_
iniciativas de implantação do programa.

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Uma_x000D_
forma de aplacar este sentimento de resistência às mudanças e adaptar melhor as_x000D_
pessoas envolvidas nos programas de qualidade é manter a objetividade e clareza_x000D_
na divulgação dos motivos para a mudança, proporcionando uma comunicação_x000D_
voltada para a adesão dos profissionais ao processo de mudança. Estabelecer_x000D_
objetivos comuns a toda organização com a finalidade de produzir algo melhor_x000D_
para os clientes e ter uma política de promova a motivação nos colaboradores_x000D_
também se mostra essencial para que ocorra uma adoção dos princípios da_x000D_
qualidade na cultura e no cotidiano da organização.

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Ao_x000D_
tratarmos das organizações de saúde, é ressaltada a complexidade e_x000D_
particularidades desta organização. Por ser formado por profissionais de_x000D_
diversas áreas, é mais difícil estabelecer um programa de qualidade efetivo num_x000D_
hospital, e diante desta dificuldade peculiar é imperativo o movimento_x000D_
assertivo das lideranças em informar, planejar e gerenciar as mudanças no_x000D_
processo de implantação.

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Como_x000D_
profissional com experiência em trabalhos de implantação de programas de_x000D_
qualidade em organizações de saúde, ressalto a importância e a dificuldade de_x000D_
sensibilizar a alta gerência destas organizações. Apesar de competentes em suas_x000D_
médicas – ressalto que muitas destas organizações não possuem uma administração_x000D_
independente e profissional, o que resulta em gerentes e diretores que nem_x000D_
sempre possuem conhecimento e identificação com os programas de Gestão da_x000D_
Qualidade Total em Serviços.

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Em_x000D_
organizações que possuem um histórico profissional e competente na sua parte de_x000D_
gestão a qualidade já se mostra bastante difícil de ser assimilada no_x000D_
cotidiano, devido principalmente, as exigências de padronização e da visão_x000D_
voltada ao cliente. Na área de saúde, que muitas vezes é tomada como um_x000D_
sacerdócio isto se torna ainda mais difícil, pois, como não estão acostumados a_x000D_
seguir padrões e a serem questionados muitos dos que fazem parte da_x000D_
alta-gerência desconhecem a importância da participação de todos e das mudanças_x000D_
para novos processos de gestão mais profissionais.

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* Flávio do Carmo Silva é consultor da Presermed, assessoria_x000D_
organizacional em saúde

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Fonte: SAÚDEWEB

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