Presidente da UBM Brazil, e novo diretor geral da Hospitalar, o francês Jean-François Quentin garante que irá manter o DNA do evento. Fundadora da Feira, Waleska Santos continua como presidente do evento, mas com funções supletivas
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Quentin foi CEO e fundador da MobileWay Inc. (hoje Sybase 365) – uma das gigantes globais do setor de eventos. Possui passagens pela De La Rue e o Blenheim Group. Chegou ao Grupo UBM em 2014, para assumir a operação brasiliera da corporação britânica. Assumiu a função no lugar do holandês Joris Van Wijk (Foto: Divulgação)
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Em junho passado, a feira Hospitalar foi comprada pela UBM Brazil, braço do grupo britânico UBM, especializado em eventos de negócios. Em 2016, a Hospitalar vai explorar quatro novos segmentos – delivery de medicamentos, embalagens, tratamento de feridas e dor crônica – e terá um horário diferente, das 12h às 20h. O Passe Vip, que permite marcar reuniões exclusivas com expositores das 10h às 12h, será ampliado. Outra mudança foi a descontinuidade da feira Reabilitação Feira + Fórum, como evento independente.Pouco rentável, o fórum voltou a ser incorporado ao calendário da Hospitalar.“Queremos melhorar o networking qualificado durante o evento”, disse à Diagnóstico o novo presidente da UBM Brazil e diretor geral da Hospitalar, o francês Jean-François Quentin. Ele assumiu a presidência em julho, sucedendo ao holandês Joris Van Wijk – até então o homem forte da UBM no Brasil. Fundadora da Feira, a médica Waleska Santos continua como presidente do evento, mas com funções supletivas. Sobre a crise enfrentada pelo país, Quentin diz acreditar na recuperação da economia brasileira e crava até um número. “Nossa expectativa é que o PIB da saúde cresça 8% no triênio 2015-2018”, aposta Quentin, que concedeu a seguinte entrevista por e-mail à Diagnóstico.
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Revista Diagnóstico – O que motivou a UBM a investir na Hospitalar em um momento adverso da economia basileira?
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Jean-François Quentin – A feira é um grande sucesso e está muito bem posicionada. Já estávamos conversando havia alguns anos com o Grupo São Paulo Feiras Comerciais, e esse pareceu, a ambos, o melhor momento, para fazer a negociação. A aquisição da Hospitalar nos possibilita ampliar os eventos nas áreas de produtos e componentes médicos, setores nos quais temos muita expertise. Além disso, a UBM Life Sciences tem muitas conferências e comunidades online com excelente conteúdo nas áreas médica, veterinária, odontológica e farmacêutica. Acreditamos que podemos capitalizar sobre a marca Hospitalar na América Latina em longo prazo, por meio de diferentes iniciativas estratégicas que iremos desenvolver.
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Diagnóstico – Qual foi o valor do negócio?
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Quentin – Acredito que foi um valor adequado para o tipo de transação, a qualidade do ativo e o valor da marca que a Hospitalar representa no mercado de saúde. O importante é que se trata de um investimento de longo prazo.
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Diagnóstico – Quanto a UBM espera ganhar, em termos percentuais, apenas com a sinergia das operações?
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Quentin – Sempre que há uma fusão ou aquisição, é claro que há sinergias em processos e negociações com fornecedores que podem ser melhoradas pelo ganho de escala. Esperamos, assim como em outras aquisições no mercado, poder ter esses ganhos. Contudo, nossa visão é sempre de longo prazo, porque compramos um evento de 22 anos e queremos que ele ocorra por muitos outros. Ao integrar a Hospitalar ao nosso portfólio, podemos gerar uma economia de escala que nos permitirá investir mais no desenvolvimento da feira.
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Analistas ouvidos pela Diagnóstico afirmaram que, apesar do status de evento global, a Hospitalar vinha perdendo rentabilidade ao longo dos anos. Que impacto isso terá no redesenho da Feira.
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Quentin – Preferimos não respoder.
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Diagnóstico – O que muda na Hospitalar com a entrada da UBM?
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Quentin – Queremos manter o DNA da Hospitalar, com o excelente relacionamento de mercado construído durante anos pelo time que desenvolve o evento. Como a UBM é uma empresa global, seu grande benefício é possibilitar o intercâmbio de conhecimento, de relacionamentos e de negócios por meio do nosso portfólio de produtos, e de modo internacional. Além disso, queremos trazer para a Hospitalar mais conteúdo e fornecer à comunidade da feira oportunidades em outros mercados, como os Estados Unidos.
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Diagnóstico – Há planos para realizar a feira em outros países?
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Quentin – Quanto a ir para outros continentes, depende do que vamos planejar de crescimento para os próximos anos. Como uma empresa global, estudamos os diversos mercados e sempre nos preocupamos em lançar os eventos em mercados onde eles tenham aderência.
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Diagnóstico – Para a UBM, qual é o potencial de crescimento do mercado de saúde brasileiro?
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Quentin – Nossa expectativa é a de que o mercado de saúde brasileiro tenha uma taxa anual composta de crescimento de 8% no período de 2015 a 2018.
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Diagnóstico – O setor de saúde brasileiro está interessante para fundos estrangeiros?
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Quentin – Hoje, o mercado de saúde no Brasil representa 9,4% do PIB [Produto Interno Bruto]. Com o envelhecimento da população e sua longevidade, esse passa a ser um setor bastante atrativo. Além disso, especialidades como oftalmologia e odontologia são bastante reconhecidas internacionalmente, o que faz com que os investidores olhem para o Brasil.
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Diagnóstico – A Hospitalar sempre teve uma relação muito próxima com a Medica. Eles chegaram a disputar a compra com vocês?
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Quentin – Não sei se a Messe Düsseldorf tem intenções de investir no Brasil porque eles não estão aqui. A relação com a Medica é de parceria, e a escolha pela UBM está alinhada com nossa estratégia de crescimento nas áreas médica, veterinária, odontológica e farmacêutica, onde temos grandes eventos mundiais e congressos. É muito importante estar inserido no mercado antes de tentar estabelecer operações no Brasil, mesmo que a Hospitalar tivesse uma compatibilidade natural com a Medica. A UBM manterá o mesmo nível de relação e comprometimento com a Medica no futuro.
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Diagnóstico – A UBM criou, em março, outro grupo de produtos, o UBM Life Sciences. Onde a Hospitalar se encaixa nessa estratégia?
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Quentin – A UBM Life Sciences é uma das unidades de negócios da UBM com foco nas áreas médica, veterinária, odontológica e farmacêutica. A aquisição da Hospitalar, o maior evento das Américas para o segmento da saúde, encaixa-se perfeitamente em nossa estratégia de expansão nesses setores no Brasil e na América Latina.
Fonte: Diagnóstico Web