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Especial Fensaúde: Alta de custos é fator global, mas o conhecimento é local

Publicado em 04/12/2015 • Notícias • Português

Alguns dos especialistas que participaram do 1º Fórum da Saúde Suplementar, deixaram claro que a alta dos custos médicos não é exclusividade brasileira. Ao contrário, ela é sentida em todo o mundo e cada país vem buscando suas próprias soluções para isso. De acordo com Cesar Lopes, consultor da Towers Watson, em média, a inflação médica é de duas a duas vezes e meia maior que a inflação nominal. Há uma série de questões envolvidas nisso.
Primeiramente a inflação oficial. Toda vez que ela está alta, é acompanhada pelos custos médicos. Logo, uma inflação baixa reduz a inflação médica. ?A indexação de preços ainda é alta nesse mercado.
Todos os anos as operadoras reajustam suas tabelas. A própria inflação indica que haverá aumento de custos?, afirma.
A pressão causada pela incorporação tecnológica também é global. Há uma série de novas tecnologias e aparelhos sendo adotados que trazem custos, muitas vezes desnecessários. Outro ponto interessante é o envelhecimento da população coberta. O artigo 31 da Lei 9656/98 estabelece que todo empregado que tiver o valor do plano de saúde descontado em seu pagamento manterá a cobertura após a aposentadoria.
?Quando as empresas entenderam o impacto desse artigo, a grande maioria eliminou a participação do empregado?, afirma. Com este cenário, começa-se a discutir o que é possível para as empresas fazerem. Ainda há muitas que não são efetivas no acompanhamento dos custos de seus contratos. ?Na verdade, 43% das empresas não sabem de onde vêm os maiores custos de saúde de seus funcion ários. Se eu tenho esse custo crescendo e não sei quais os principais eventos que atingem minha população, eu não posso fazer nada. Ainda falta visão estratégica das empresas nessa gestão?, diz.
O consultor lembra que esta visão vai permitir às empresas trabalhar no desenho do benefício ? definindo o desenho mais adequado para sua população. ?Se vai trabalhar com uma seguradora ou com uma operadora que tenha seu próprio hospital, por exemplo. Ela consegue também trabalhar na questão da elegibilidade, definindo quem será coberto e podendo eliminar o cônjuge que tem cobertura em outro plano?, revela.
O conhecimento do perfil dos beneficiários pode ajudar na escolha do modelo financeiro. Uma opção é o self insurance, em que a empresa assume as despesas efetivas geradas pelos seus funcionários.
A operadora administra o plano, mas a empresa arca com as despesas reais o que, em um horizonte de longo prazo, pode trazer economia para as empresas, dependendo do perfil.
?Outra área que temos falado muito é sobre a transparência dos planos de saúde. Só 26% dos brasileiros têm planos de saúde. Destes, a grande massa é de planos corporativos. Esse mercado só existe no Brasil porque o empregador oferece este benefício. Por isso ele precisa comunicar claramente ao empregado quanto custa o benefício e que este custo volta para a empresa depois?, defende.

Fonte: O Estado de S.Paulo

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