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Indústria brasileira exporta mais por menos por causa dos preços menores

Publicado em 18/11/2015 • Notícias • Português

A menor demanda global e o acirramento da competição em mercados estratégicos vêm forçando a indústria brasileira a exportar mais por menos. O preço médio da tonelada enviada pelo País ao exterior alcançou o menor nível desde 2009, quando o mundo ainda vivia os efeitos da crise financeira global.

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O levantamento, feito pela Folha, considera os embarques de manufaturados, bens de alto valor agregado, de janeiro a setembro de cada ano.

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Ele mostra que, em 2015, o Brasil recebeu, em média, US$ 1.500 por tonelada exportada –queda de 15% ante o ano passado. Em 2011, o preço médio chegou a US$ 2.000.

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Os dados indicam que a indústria vive um período de duplo aperto. Por um lado, o mercado está desaquecido. A Organização Mundial do Comércio (OMC) já reduziu sua expectativa de crescimento no comércio internacional de 4% para 2,8% –bem abaixo da média histórica de 5%.

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Por outro, a perda de espaço em mercados estratégicos, como Europa e Argentina, força a redução de preços.

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“Estamos vivendo a confluência perversa de competição forte e mercados deprimidos. Tivemos de acompanhar o ritmo de China e outros mercados e, para vender um pouco mais, baixar o preço”, diz Carlos Abijaodi, diretor da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

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As montadoras com fábricas no Brasil tiveram de recorrer a esse expediente. Com o acirramento da crise na Argentina, grande comprador de manufaturados brasileiros, o setor sentiu o baque nas vendas no ano passado.

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Em 2015, as empresas conseguiram ampliar ligeiramente o volume de automóveis de passageiros exportados, mas as receitas caíram quase 4%.

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A situação se repete em diversos segmentos industriais, segundo dados da Funcex (que estuda o comércio exterior). As vendas de tubos de ferro ou aço, por exemplo, ficaram praticamente estáveis nos nove primeiros meses do ano, mas as o valor levantado em dólares caiu 24%.

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Os embarques de motores e geradores elétricos caíram 7%. A redução do preço, contudo, foi ainda maior: 23%.

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A queda do preço das commodities, que derrubou as vendas de produtos básicos, também afetou o resultado dos produtos industriais.

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Isso porque, produtos como óleos combustíveis têm peso relevante na pauta de manufaturados. De janeiro a setembro, o País exportou volume quase 25% menor de diesel. As receitas com a venda despencaram 64%.

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As produtoras brasileiras de açúcar refinado embarcaram 3% a mais de janeiro a setembro, por 15% a menos do valor vendido no mesmo período de 2014.

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“Isso mostra os problemas com uma pauta refém de commodities. Mesmo no grupo dos manufaturados, temos um peso expressivo de produtos intensivos em recursos naturais”, afirma Abijaodi.

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Exceções

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Apesar do cenário ruim, há exemplos de segmentos que conseguiram ampliar as exportações. Mas são quase exceções no “pelotão de elite” dos bens industriais.

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Segundo dados da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), o Brasil elevou as vendas em dólares ao exterior em apenas 5 de 30 segmentos industriais (veja quadro ao lado).

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O setor aeronáutico é o mais bem-sucedido da lista. De janeiro a setembro, os embarques de aviões aumentaram em volume relação ao mesmo período de 2014 (+15%) e as receitas subiram em ritmo ainda maior (+19%).

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Dólar

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A alta do dólar, que torna os produtos brasileiros mais competitivos, é uma das apostas da indústria para melhorar a situação das exportações –em valores, o País amarga queda pelo quarto ano consecutivo.

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O impacto da desvalorização do real deve ainda demorar alguns meses para ser sentido de forma mais ampla, já que os contratos são fechados com antecedência.

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“Estão todos animados para exportar. O dólar pode ajudar, mas não será um caminho fácil. Focamos muito no mercado interno e deixamos, assim, de desenvolver distribuidores e clientes”, diz José Pimenta, professor de relações internacionais da ESPM. 

Fonte: Folha de S.Paulo

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