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Inflação da saúde atingirá 17%

Publicado em 19/11/2015 • Notícias • Português

O Brasil é o quarto país com maior inflação médica no mundo, revelou pesquisa internacional divulgada pela consultoria Mercer Marsh Benefícios. A previsão é de que, em 2015, despesas com consultas, tratamentos, hospitalizações e exames cresça 17% no Brasil, perdendo apenas para Argentina (29%), Vietnã (23,4%) e Tailândia (17,9%). Nos 29 demais países pesquisados, os gastos devem aumentar, em média, 10,5% no mesmo ano.

Os custos da área de saúde tendem a subir mais do que a inflação geral, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor — Amplo (IPCA), prevista para fechar o ano em alta de 10%. Segundo o diretor da Mercer para América Latina e Caribe, Renato Cassinelli, isso não acontece só no Brasil. “É uma tendência mundial. Na maioria dos países, a inflação médica costuma ser o dobro da carestia normal”, disse.

Entre os fatores que explicam essa diferença está a incorporação de novas tecnologias e tratamentos no mercado. Embora as outras localidades pesquisadas também busquem modernizar o setor, o Brasil, muitas vezes, acaba pagando mais caro por isso. “A maioria dos medicamentos é desenvolvido em grandes laboratórios no exterior. Continuamos muito dependentes do que é produzido fora”, afirmou o professor José Matias-Pereira, especialista em contas públicas da Universidade de Brasília (UnB).

O cenário fica ainda pior devido à alta cotação do dólar observada este ano. “Como os equipamentos vêm de fora com preços atrelados à moeda norte-americana, o câmbio também impacta na alta da inflação médica”, lembrou Cassinelli.

O peso fica ainda maior face à redução da atividade econômica no Brasil. Com medo de perderem o emprego — e, consequentemente, o benefício do plano de saúde —, muitas pessoas têm corrido para fazer tratamentos que poderiam ser deixados para depois. “Os beneficiários estão acelerando a utilização de procedimentos médicos, principalmente cirurgias eletivas e tratamentos programados, enquanto eles ainda estão disponíveis”, observou o diretor da empresa. Essa busca tem pressionado ainda mais os custos das operadoras.

Dessa forma, o cenário econômico desfavorável acaba agravando os impactos gerados por fatores preexistentes e difíceis de serem solucionados, como o envelhecimento da população. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de idosos vai quadruplicar até 2060 — alta que será acompanhada de uma maior procura por atendimentos médico-hospitalares e inevitável encarecimento do sistema de saúde.

Carestia (em %)

País fechará 2015 com uma das maiores inflação médica do mundo. Veja as 10 nações mais caras no setor

Argentina 29,7
Vietnã 23,4
Tailândia 17,8
Brasil 17,0
Rússia 16,9
Malásia 16,1
Turquia 15,7
Irlanda 13,6
Indonésia 12,0
Panamá 11,1

Fonte: Correio Braziliense

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