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Mais eficiência, menos emergência

Publicado em 17/06/2016 • Notícias • Português

É preciso mudar o modelo de saúde brasileiro, baseado em atendimento emergencial e fragmentado, em que os prestadores de serviço lucram com o aumento dos gastos.
Consenso entre os participantes do segundo dia do 3º Fórum A Saúde do Brasil,realizado pela Folha em parceria com Interfarma e Unimed, as mudanças para tornar o sistema economicamente sustentável e adequado à população passam por uma visão integrada da saúde, ações de prevenção, gestão inteligente e acesso à informação.
“No Brasil, a assistência tem alto custo e baixa eficiência”,afirmou Martha Oliveira, da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar).O cuidado precisa ser centrado na pessoa, e não na doença, completou João Bastos Freire Neto, da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia —a maioria dos idosos sofre de mais de uma doença crônica,e o gerenciamento individual delas não resolve.
A forma como o modelo está estruturado faz com que os hospitais sejam a única porta de entrada, e o alto custo das internações pressiona ainda mais a “inflação médica” (quase o dobro da oficial).
“Os hospitais têm muito desperdício, utilizam recursos complexos em casos simples”, afirmou Claudio Lottenberg, presidente do Hospital Albert Einstein. Segundo Walter Cintra Ferreira Junior, da FGV-SP,a incorporação de tecnologias faz essa conta crescer ainda mais.
A questão da remuneração de médicos, baseada na quantidade de procedimentos e não em resultados, também precisa ser revista, assim como as atribuições desses profissionais. “Há coisas que podem ser assumidas por enfermeiros”,disse Gonzalo Vecina Neto, professor da USP.
Outro fator para o aumento do custo da saúde é a judicialização.
Durante a palestra de abertura,David Uip, secretário estadual da Saúde de São Paulo, afirmou que as ações judiciais para obtenção de remédios e tratamentos devem custar R$1,2 bilhão ao Estado neste ano.
Isso também encarece os planos privados de saúde. “A judicialização é a indústria do direito individual se sobrepondo ao coletivo”, disse Solange Mendes, presidente da Federação Nacional de Saúde Suplementar.

Fonte: Folha de São Paulo

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