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Mais Médicos: resultados concretos

Publicado em 10/11/2015 • Notícias • Português

O programa veio responder à demanda imediata por cobertura de atenção básica e enfrentar estruturalmente a insuficiência de médicos

Embora a insuficiência e distribuição desigual de médicos no país seja consenso entre especialistas, persistem críticas ao programa Mais Médicos do governo federal.

Em artigo recente publicado pela Folha, Miguel Srougi, professor da Faculdade de Medicina da USP, reafirma a importância de enfrentarmos a carência de médicos no país, mas tem dúvidas quanto à efetividade da iniciativa.

Nesse debate, não se pode ignorar que 85% dos mais de 14 mil pacientes entrevistados pela Universidade Federal de Minas Gerais disseram que o atendimento está melhor depois da chegada dos médicos do programa e 91% dos gestores viram melhora nos serviços.

Outro estudo, liderado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, identificou aumento de 33% no número de consultas e maior redução das internações nos municípios participantes do programa.

É preciso também nortear as discussões pela melhoria da atenção básica, uma vez que um dos pilares do Mais Médicos é a valorização da Estratégia Saúde da Família, cuja cobertura, em dois anos de programa, cresceu mais que nos seis anteriores. Cada equipe de saúde da família cobre, em média, 3.450 pessoas, de forma que os 18.240 médicos da iniciativa atingem 63 milhões de brasileiros. Um número, sem dúvida, significante.

O Mais Médicos veio para responder à demanda imediata da população sem cobertura de atenção básica e, ao mesmo tempo, enfrentar estruturalmente a insuficiência de médicos, por meio da expansão e interiorização das escolas de medicina, da modernização de seus currículos e do fortalecimento da avaliação de sua qualidade. Não se tratam, portanto, de medidas aparentes, mas de melhorias permanentes na formação de médicos no Brasil.

Todas as propostas estão amparadas por lei aprovada pelo Congresso, tendo reunido somente decisões favoráveis na Justiça e se mostrado cada vez mais consolidadas na sociedade, inclusive entre médicos brasileiros. Se no início os estrangeiros ocuparam 85% das vagas, neste ano os brasileiros preencheram 100% dos novos postos.

Se desde o começo houvesse essa participação, o Brasil não precisaria recorrer à cooperação internacional. O acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) para a participação dos cubanos serviu para levar médicos às cidades sem interesse dos brasileiros.

Os profissionais, diferentemente dos demais estrangeiros, mantêm seus vínculos com o governo de Cuba, além de receberem por sua atuação aqui. Os documentos da cooperação estão de acordo com a lei.

O Mais Médicos é uma política pública que tem alcançado êxito no que se propõe a resolver, mas não é solução para diversos desafios de nossa saúde. A resolução da carência de médicos é um processo multifacetado que deve ser enfrentado combinando medidas de curto e longo prazo. Nesse caminho, precisamos da cooperação de todos que objetivam a saúde dos brasileiros.

Isso inclui a crítica, que tenderá a ser mais construtiva quanto mais se apoie em informações corretas e atualizadas, se liberte de preconceitos e esteja comprometida com a construção de um SUS mais justo, universal e humanizado.

Fonte: Folha de S.Paulo

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