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Medicina baseada em valor

Publicado em 20/04/2022 • Notícias • Português

Diferentemente da gestão tradicional da saúde, a medicina baseada em valor segue pelo caminho da prevenção e da promoção da saúde por meio, por exemplo, de uma boa relação entre médicos e pacientes, que é avaliada e mensurada com base no desfecho clínico. Este modelo vai em sentido contrário à chamada “medicina baseada em serviços”, focada muito mais em tratar a doença. Com a evolução da tecnologia e da forma de pensar a relação entre os prestadores de serviços e os clientes, novos conceitos foram surgindo. 

A saúde baseada em valor, tem como foco o desfecho clínico e a experiência vivenciada e percebida pelo paciente – assim, medir o bem-estar dos beneficiários de um convênio médico, por exemplo, passa a ser mais importante do que o cálculo do quanto foi gasto para se chegar à solução desse problema e remunerar pelo volume dos serviços prestados. 

Esta nova forma de atendimento implica rever o modelo de remuneração que envolvem, além do plano de saúde (convênios privados), hospitais e gestores públicos. Essa mudança do modelo de remuneração resulta em maior compartilhamento de responsabilidades e de riscos entre todos os que participam da operação. A medicina baseada em valor é fundamentada no resultado do entrosamento entre o paciente e o sistema de saúde. A remuneração, então, passa a ser medida de acordo com o resultado obtido, e não com os gastos realizados até se atingir o resultado. Nesse novo modo de pensar há o estímulo a se otimizar os gastos, evitando desperdícios de recursos sem comprometer a qualidade do atendimento. É possível, assim, substituir um fornecedor de menor qualidade por outro que realize a mesma função (ou melhor) a custos menores.  

A indústria de tecnologias médicas são um elemento de agregação de valor, contribuindo para a sustentabilidade, tanto no aumento da qualidade quanto na busca de melhores preços. A ABIMED tem fomentado a adoção de recursos tecnológicos e o investimento contínuo em inovações, em benefício dos consumidores e das instituições envolvidas, para que a medicina baseada em valor seja um elemento estratégico para o setor. Isso não significa contradizer a tradicional saúde baseada em serviços. São empreendimentos complementares que devem ser empregados de acordo com o cenário pertinente. Uma das maneiras de a tecnologia médica incrementar a medicina baseada em valor é identificar situações de alto risco de um paciente e redirecioná-lo ao cuidado adequado, impedindo complicações de sua situação clínica. Coletar e gerenciar dados também é um requisito importante para melhorar a relação custo-resultado. 

São características deste método de gestão: o aumento da satisfação dos pacientes (traz benefícios à imagem a médio e longo prazo às instituições, podendo gerar fidelidade), a melhoria na qualidade dos serviços (uma vantagem competitiva para com outros players), a antecipação de problemas (medindo-os em sua fase inicial) e a melhoria na produtividade com redução dos custos assistenciais (investindo mais em prevenção, gasta-se menos no futuro com o agravamento de doenças). A otimização desse conjunto de características melhora o sistema de saúde como um tudo, incluindo a situação dos profissionais do atendimento aos pacientes, que deixam de ficar sobrecarregados e passam a se sentir mais satisfeitos e valorizados, o que os incentiva a se engajar mais na qualidade.

No cenário atual, em que os clientes têm cada vez mais acesso à informação, aumentando sua capacidade de escolher entre um ou outro prestador, cresce também o nível de exigência. Cabe a todos os envolvidos no sistema mudar seus processos para atender a esse alto nível, tornando o paciente parte integrante da tomada de decisões em relação à sua saúde. 

Mesmo que essa mudança de paradigma seja desafiadora de ser implantada, ela trará benefícios óbvios para o consumidor, mas também para os custos do sistema, com eficiência hospitalar que se traduz em racionalização dos recursos, eficiência no uso de leitos, redução da reinternação e de internações evitáveis e maior controle dos investimentos necessários. Cabe às instituições entenderem e disseminarem essa nova cultura internamente, a fim de a implementar de modo eficiente em todas as áreas envolvidas.

Fonte: ABIMED

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