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Negociar planos gera economia

Publicado em 30/06/2016 • Notícias • Português

Como manter o plano de saúde diante da crise? Eis uma preocupação de todos. Até mesmo a presidente afastada Dilma Rousseff, ao saber da aprovação do processo de impeachment, questionou a assessores se o plano de saúde seria mantido.

No caso dela foi mantido, mas esta não é a realidade de mais de 1,3 milhão de pessoas que perderam o plano em 2015, segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). A vantagem é que, diante do cenário atual, operadoras estão debruçadas em renegociações para manter o que é hoje um dos principais objetos de desejo da população brasileira.

Tem de tudo. Um hospital retirado da rede ou o valor do reembolso já faz diferença. Se a rede será nacional ou estadual também pode aliviar custos, assim como o pagamento da coparticipação dos funcionários em consultas e exames ou a participação em programas de qualidade de saúde. “Agregar valor ao cliente é construir uma relação de longo prazo”, destaca o diretor de benefícios e operações da corretora Lockton Brasil, Ricardo Sant’Ana.

Receituário

Segundo ele, renegociar é um santo remédio neste período de crise e reajustes. Mas é preciso ficar atento a detalhes, inclusive a cláusulas contratuais, que podem limitar a rede de prestadores e esconder custos a médio prazo. “Os planos são parecidos, mas quem conhece o mercado sabe das diferenças. E isso pode gerar uma economia”, ensina.

A gerente da empresa de recrutamento Robert Walters Juliana Tanaka conseguiu ótimos resultados na renegociação. A ideia inicial era apenas mudar de corretor para concentrar os programas de benefícios dos 15 funcionários em um só gestor. Ao analisar o plano, no entanto, a Lockton, que já administrava os pacotes de vida e dental, propôs a troca de operadora. “Nos surpreendeu a proposta. Tínhamos um plano bom, mas sem acesso a hospitais como Sírio Libanês, Albert Einstein e Oswaldo Cruz, bem como o laboratório Fleury. Mesmo incluindo essas marcas no novo plano, mantivemos o preço e nos livramos do reajuste de 20%”, conta a gerente, satisfeita com a nova operadora.

Para Juliana, a consultoria e o atendimento na gestão do dia a dia são fatores decisivos na contratação de um plano de saúde. O preço, rede e valor do reembolso são importantes, opina, mas não são os únicos pontos a serem considerados. “Há detalhes, inclusive de colaboradores com cirurgia marcada ou com tratamento em curso. Tudo foi muito bem analisado, acertado e explicado para todos”, conta.

O empoderamento dos consumidores, aliado à crise das operadoras de saúde – que estimam perda de 3 milhões de clientes neste ano, segundo estimativas da Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge) -, faz surgir um mercado de saúde suplementar mais flexível e disposto a negociar preços, coberturas e serviços, principalmente para as micro, pequenas e médias empresas. Vale lembrar também que, nos últimos anos, as operadoras investiram pesado em tecnologia para facilitar a vida do cliente e do corretor de seguros. Hoje é possível cotar o valor das apólices de forma on-line, consultar a rede credenciada pela web – por nome do prestador de serviço, especialidade e regiões – e receber a apólice no e-mail no mesmo dia da contratação do plano.

Pequenas e médias

A digitalização operacional abriu um campo enorme para conquistar as pequenas e médias empresas, que ainda relutavam em oferecer o benefício para funcionários pela falta de uma estrutura interna de gestão de saúde. Agora, as PMEs são a “menina dos olhos” de operadoras. Mesmo com a retração da economia, a Bradesco Saúde e sua controlada Medservice registraram crescimento de 11,7% no primeiro trimestre de 2016 na carteira de pequenas e médias empresas – grupos formados entre três e 199 colaboradores segurados.

“A Bradesco Saúde possuía 234 mil vidas seguradas em 2008. Em 2015, esse número atingiu 1,06 milhão de vidas, com crescimento de cerca de 355% no período de sete anos. Crescemos porque investimos em um ambiente de negócios que favorece o cliente e o corretor: a gestão eficiente de custos, agregada a um leque de serviços e produtos para todos os bolsos, disponível para empreendedores em todo o País”, conta o presidente da Bradesco Saúde e Medservice, Márcio Coriolano.

O mesmo aconteceu com a SulAmérica. No primeiro trimestre de 2016, as receitas operacionais de seguros de saúde e odontológicos da seguradora cresceram 13,6%, para R$ 2,9 bilhões, em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. O destaque ficou para as PMEs, com crescimento de 18,9%, e para os planos odontológicos, que avançaram 24,2%. “O grande diferencial da SulAmérica tem sido a gestão de saúde, com foco em qualidade de vida, prevenção de doenças e gerenciamento de casos complexos”, conta o vice-presidente de saúde e odonto, Maurício Lopes.

No ano passado, a SulAmérica firmou uma parceria com a Healthways, maior provedora independente de soluções em saúde e bem-estar do mundo. “Participamos desde a etapa inicial de avaliação do perfil de saúde da organização e definição das soluções que serão oferecidas até a fase de elaboração de palestras e materiais de comunicação interna, por exemplo. Acreditamos em uma relação de parceria com a empresa cliente, já que nosso propósito é o mesmo: promoção à saúde e ao bem-estar do capital humano”, destaca Lopes.

Mutualismo

Mas não é apenas a mudança de plano ou de operadora suficiente para garantir bom preço e serviços diferenciados. É preciso que cada um se conscientize sobre o uso do plano. “É uma conta que todos pagam”, comenta a presidente da Federação das Empresas de Saúde Suplementar (FenaSaúde), Solange Beatriz. Ela se refere ao conceito de mutualismo. Ou seja, todos repartem os custos gerados no plano. No momento da renegociação do contrato, os valores pagos pela operadora para atendimento do grupo de funcionários serão confrontados com os valores recebidos e daí será efetuado o reajuste para equalizar receitas e despesas. “Quanto maior for a consciência dos usuários no uso dos serviços médicos, menor será o reajuste necessário”, explica.

Coparticipação

A estratégia da coparticipação tem sido uma aliada eficiente de empresas e operadoras no controle de custos. De acordo com recente pesquisa da consultoria Mercer Marsh Benefícios, cerca de 51% das empresas entrevistadas já adotam o modelo de compartilhamento do financiamento dos planos de saúde com os colaboradores. As empresas subsidiam, em média, 78% dos custos fixos dos planos. Entre os 22% dos custos pagos pelos funcionários, estão procedimentos como consultas, exames simples, exames especiais, terapias e pronto-socorro. “Ao precisar pagar um porcentual dos custos de uma consulta ou exame, o consumidor pensa duas vezes se aquilo realmente é necessário, o que ajuda a evitar desperdícios”, diz Solange Beatriz, da FenaSaúde.

Aderir aos programas de qualidade de vida, com foco na prevenção e manutenção da saúde dos funcionários, também traz ganhos para todos. Ao estimular programas de saúde – com vacinação, atividades físicas, nutrição saudável, controle de doenças crônicas, cuidados com ergonomia, check-ups e antitabagismo -, a saúde geral de todos no grupo melhora e isso automaticamente gera uma redução da utilização dos planos, com impacto nos custos.

Novo escopo

A superintendente da Porto Seguro Saúde, Mônica Bortolossi, conta que as mudanças mais comuns nos planos para enfrentar este momento de crise têm sido a implantação da opção de planos com a coparticipação de colaboradores nos custos; ações para a redução de acesso a redes hospitalares e laboratórios; a busca por efetiva gestão médica; e soluções com centros médicos para a centralização e gerenciamento dos atendimentos. “De modo geral, as medidas de regulação garantem uma adequada gestão da sinistralidade. Para o pequeno empresário, salienta a executiva, é ainda mais importante manter o colaborador no posto de trabalho e gerenciar as questões relacionadas à saúde.

Nesta linha de novas opções aos clientes, a Golden Cross vai relançar nos próximos meses a oferta da cobertura assistencial exclusivamente hospitalar, em vez dos tradicionais planos de saúde ambulatoriais e hospitalares. “Isso pode proporcionar redução de até 40% nos custos com este benefício e garantir a beneficiários a cobertura em gastos de maior impacto de assistência, ou seja, internações hospitalares. A diária em determinados hospitais pode custar milhares de reais e chegar a comprometer o patrimônio familiar”, diz o diretor de Marketing, Cláudio Brabo.

Fonte: DCI – Diário do Comércio e da Indústria

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