Novo Nordisk volta a liderar mercado de insulina no Brasil
Publicado em 05/01/2016 • Notícias • Português
Maior fabricante mundial de insulina, o laboratório dinamarquês Novo Nordisk recuperou em junho deste ano a liderança no mercado brasileiro privado do hormônio usado no tratamento do diabetes, após três anos fora do pódio nacional. De junho para cá, a farmacêutica se manteve no topo e ainda avançou de 31,8% de participação em junho para 32,8% em outubro, segundo dados da consultoria IMS Health.
Desde que perdeu o posto de número um no país, a farmacêutica oscilou entre a segunda e a terceira posições, em uma disputa acirrada com outros dois grandes laboratórios nesse segmento, o francês Sanofi e a americana Eli Lilly, que passaram a se revezar na liderança. A sulafricana Aspen Pharma mantevese na quarta posição nesse mercado, porém bem atrás das três primeiras.
O lançamento de tratamentos inovadores, como a insulina de longa duração Tresiba, teve papel relevante na trajetória de recuperação da farmacêutica, que acaba de completar 25 anos de presença no país, de acordo com o gerentegeral da Novo Nordisk do Brasil, Allan Finkel. “Estamos investindo no Brasil e há margem para crescer mais em diabetes”, afirma o executivo, que assumiu o posto em fevereiro.
Mundialmente, a corrida das farmacêuticas por tratamentos inovadores nessa área justificase pelo tamanho do mercado. Segundo a Federação Internacional de Diabetes, no ano passado, as despesas com saúde relacionadas à doença totalizaram US$ 612 bilhões em todo o mundo.
No Brasil, o potencial também é enorme, diz Finkel. A Federação Internacional de Diabetes (IDF) estima que há 14,3 milhões de pessoas com a doença no país, das quais 10,3 milhões diagnosticadas.
Desse total, apenas 26%, ou 3,7 milhões de pacientes, recebem tratamento. “A educação médica e dos pacientes também favoreceu a retomada da liderança”, diz o executivo.
Apenas em 2015, os gastos com a doença no Brasil devem chegar a US$ 21,8 bilhões. E, embora o mercado privado responda por mais de 60% das vendas do Novo Nordisk na área de diabetes no país, o governo é importante comprador. Por meio do Farmácia Popular, por exemplo, o governo financia 100% do valor da insulina Novolin, que é produzida pelo laboratório.
Hoje, o Brasil já está entre as dez maiores afiliadas do Novo Nordisk no mundo e é a sexta maior operação entre os 154 países que formam a região conhecida como “International Operations” (IO), que inclui países como Índia e Rússia. De acordo com o diretorgeral, tratamentos de diabetes representam cerca de 70% do negócio no país, onde o laboratório também está presente nos mercados de hemofilia e de hormônio do crescimento. Para 2016, conta o executivo, há planos de entrada no mercado brasileiro de obesidade.
Em Montes Claros (MG), o laboratório opera a maior fábrica de insulina da América Latina. Na unidade, onde foram investidos US$ 280 milhões, é feita desde formulação até a embalagem dos dispositivos de caneta de insulina. A fábrica também produz a enzima ALP, matériaprima usada na produção de insulina. Cerca de 25% da produção em Minas Gerais é exportada, sobretudo para a Europa.
No ano passado, o laboratório registrou vendas globais de 88,81 bilhões de coroas dinamarquesas, ou cerca de US$ 15,82 bilhões, com expansão de 6,9% na comparação com 2013. A farmacêutica não revela dados financeiros da operação brasileira, mas Finkel afirma que a meta pe crescer acima da média do mercado, com o lançamento de uma droga inovadora por ano no mercado de diabetes.
Fonte: Valor Econômico