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Várias fórmulas de tratamento

Publicado em 01/07/2016 • Notícias • Português

Atendimento personalizado e agilidade são dois ingredientes que não podem faltar quando se trata de saúde e bem-estar. Quando se adiciona preço competitivo, é negócio certo. A receita vem sendo explorada por empresários da área de franquias que investiram na área de saúde, cada um com sua fórmula: há quem “venda” benefícios para os pés, quem ofereça vantagens de medicamentos manipulados e quem faça consultas e exames com preços reduzidos e sem as filas do serviço público.

Os resultados são animadores. Estudo da Associação Brasileira de Franchising (ABF) mostra que as franquias de saúde, beleza, esporte e lazer estão entre os segmentos que mais cresceram: aumento de 12% nos primeiros três meses do ano em relação ao mesmo período de 2015.0 desempenho foi impulsionado pela preocupação com qualidade de vida e bem-estar e pela diversificação de canais de venda.

A Doctor Feet, rede que oferece serviços de podologia, é uma das empresas que correspondem a esse perfil: a rede exibe crescimento de dois dígitos, perante um mercado recessivo. Denoel Eller, CEO recém-contratado pela empresa, chegou com o propósito de realinhar as estratégias e colocar a empresa nos trilhos do crescimento acelerado. “Investimos cerca de RS 4 milhões nos últimos 18 meses visando mudanças como melhores sistemas para atender a rede, marketing, novos processos e serviços, tudo para crescer.”

De janeiro e abril, segundo ele, houve um aumento da receita da ordem de 12% ante o mesmo intervalo de 2015. Acostumados a crescer, em média 10% ao ano no faturamento, a perspectiva para este ano é atingir 15%. “O objetivo é manter o crescimento e abrir mais 20 lojas até dezembro, totalizando cem unidades”, diz Eller. Fundada há 18 anos, a Doctor Feet abriu sua primeira franquia dois anos depois. “Para 2017, o objetivo é manter um forte crescimento, com um projeto bem mais agressivo. As áreas prioritárias são Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais e o interior de São Paulo.” Hoje, a maior parte das lojas está em São Paulo e Brasília.

Roger Oswaldo Marcondes, presidente da Phitofarma Franchising, costuma dizer que o ramo de saúde não entra em crise. “O mercado brasileiro aponta para um crescimento anual superior a 8%.” A rede de farmácia de manipulação inaugurou a primeira franquia em 2012, em Palmas (TO). “Já conquistamos 40% desse segmento no país, com 38 lojas. Outros dez pontos estão em processo de implantação. A estimativa é fechar dezembro com 60 unidades.O interesse agora é pelas regiões Saúde: Nordeste e Centro-Oeste. “Nossa estratégia de negócios é se espalhar cresce 20% pelo país sem se concentrar só no Sudeste”, explica. Outras 16 lojas estão projetadas para saírem do abertura de papel em 2017. “Em épocas de crise, nossa demanda aumenta por conta da ansiedade das pessoas. O fato de

se tratar de um medicamento personalizado, manipulado para cada paciente, atrai os consumidores.”

Outro terreno fértil para franquias da área é de consultas médicas e exames. A proposta da Acesso Saúde é proporcionar atendimento médico de qualidade com preços acessíveis, conforme anuncia a empresa. É um sistema de atendimento médico que oferece consultas e exames por meio de uma rede de clínicas franqueadas. O alvo é a camada da população que tenta fugir do serviço público, mas que não pode arcar com os custos de um plano de saúde convencional, onde as internações costumam estar incluídas.

“A crise econômica tem levado os brasileiros a abandonarem seus planos de saúde”, diz Antônio Carlos Brasil, fundador da empresa Acesso Saúde. Quase meio milhão de brasileiros cancelaram seus convênios no ano passado. Em 2016, mais de 160 mil pessoas já suspenderam seus planos, segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Os motivos são o desemprego e a queda na renda familiar.

Fundada em 2006, na cidade paranaense de Colombo, a Acesso Saúde tem 12 unidades em operação, atende cerca de 20 mil pessoas por mês e faturou RS 16 milhões em 2015. Para 2016, a estimativa é crescer 20% na receita. “Para o próximo ano, a previsão é chegar a RS 30 milhões.” A Acesso Saúde, com um portfólio de 34 especialidades médicas, se propõe a ser uma empresa completa na área, com mais de 12 mil tipos de exames, além de serviços odontológicos, psicologia, nutrição, fisioterapia e fonoaudiologia. “O serviço particular na área da saúde é apontado como promissor, porque apenas 28% da população tem convênio médico”, afirma Brasil.

A principal fonte de receita vem de parcerias fechadas com fornecedores para a prestação de serviços nas dependências das unidades, onde outras empresas oferecem exames como raio X, eletrocardiograma, entre outros. “Nosso objetivo é fazer com que os pacientes tenham maior comodidade, realizando todos os procedimentos necessários no mesmo local.” As consultas custam a partir de R$ 73 e o valor dos exames se inicia em RS 4,78. “A rede oferece a possibilidade de parcelamento em até seis vezes para exames, em procedimentos com preços acima de RS 100 e com parcela mínima de R$ 50”, destaca.

Sem as filas do Sistema Único de Saúde (SUS), os usuários da rede podem agendar consultas e exames através do site da empresa. “A rede utiliza tecnologia integrada, com os médicos tendo acesso ao prontuário dos pacientes em qualquer uma das unidades da empresa.” O sistema oferece acesso à agenda dos médicos, além dos atendimentos que são realizados em tempo real, em cada uma das unidades.

Com mais 16 unidades em implantação, a Acesso Saúde está em dez Estados, e espera atingir 30 clínicas franqueadas até o fim de 2016. “Queremos chegar a dezembro de 2017 com 50 unidades. O maior crescimento tem ocorrido na região Sudeste do país. O perfil do nosso paciente é a classe C/D, com renda familiar entre R$ 3 mil e R$ 8 mil”, diz Brasil.

Cristiano Gomes, sócio-funda-dor da Dr. Família, abriu a primeira franquia em janeiro de 2014 e conta com sete unidades, das quais duas próprias. “A projeção é atingir 12 unidades até dezembro. Para 2017, a meta é ter quatro unidades próprias e 30 franqueadas”, prevê. “O nosso público-alvo são as classes C e D, mas a classe B tem procurado cada vez mais os nossos serviços.” Segundo ele, 28% dos seus pacientes têm convênio médico, mas não conseguem agendamento de forma tão ágil e acabam preferindo pagar uma consulta ou um determinado exame para depois solicitar o reembolso à seguradora.

Preços populares e atendimento rápido têm sido as estratégias da rede. Uma consulta pode variar entre RS 80 e R$ 120, dependendo da especialidade, e os preços dos exames oscilam entre RS 5 e R$ 480. “O prazo de espera para uma ressonância no SUS fica entre 18 e 24 meses, enquanto na Dr. Família é marcada imediatamente e feita em seguida. Uma consulta com hematologista pode demorar até um ano e meio”, exemplifica Marson Cunha, sócio da Dr. Família. O pagamento pode ser parcelado em até dez vezes e as clínicas dispõem de 192 médicos.

“O modelo tem atraído o médico, entre outras razões, porque recebe seu pagamento à vista. Para dezembro de 2017, a meta é ter algo perto de mil médicos”, diz Gomes, que é médico pediatra e se inspirou no modelo americano quando cursava o MBA em administração hospitalar no Brasil. O médico, que tem mestrado em gestão e sistema de saúde, diz que atualmente a clínica chega a ter 600 consultas mensais, com expectativa de atingir mil no fim deste ano. “A capacidade média de cada unidade é de 4 mil consultas por mês. Nosso prontuário é eletrônico e integrado, todas as unidades conversam entre si, permitindo o acesso do prontuário em qualquer uma das clínicas. O agendamento pode ser feito eletronicamente ou por telefone.”

Fonte: Valor Setorial – Franquias

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