Estudo patrocinado pela ABIMED mostra que o Índice de Tecnologia Médica tem impacto positivo sobre o custo de saúde
Publicado em 18/09/2023 • Notícias • Português
Patrocinado pela ABIMED, a LCA Consultores desenvolveu um estudo que mensurou os ganhos em bem-estar social decorrentes do incremento tecnológico. De acordo com a pesquisa, o Índice de Tecnologia Médica tem impacto positivo sobre o custo de saúde. Um aumento de 1% no índice impacta positivamente o gasto em saúde per capita em 0,494%. Entre 2009 e 2019, o aumento da tecnologia médica provocou a elevação dos gastos em saúde em R$ 97,68 bilhões (ANS + SUS). No quesito de bem-estar, verificou-se que o acréscimo de 1% no índice de tecnologia aumentou em 0,00868% a proporção da população acima de 65 anos e reduziu em 0,0253% a mortalidade infantil.
A apresentação aconteceu em maio, durante a Hospitalar 2023, em São Paulo (SP) reunindo os debatedores: Bruno Sobral, secretário executivo da Confederação Nacional de Saúde; Mirocles Campos Véras Neto, presidente da Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB); Renato Freire Casarotti, presidente da ABRANGE; e Eliezer Silva, diretor executivo do Sistema de Saúde do Hospital Israelita Albert Einstein. Entre os pesquisadores, estavam Alessandro Campolina, coordenador do laboratório de ATS da FMUSP; Thiago Caliari, professor associado do ITA; e Verônica Lazarini, gerente de projetos da LCA.
A análise apresentou três cases, construídos a partir de sólida abordagem metodológica nas áreas de cardiologia, diagnóstico por imagem e ortopedia, que revelam a importância dos métodos de avaliação econômica em saúde na escolha de alternativas mais eficientes dentre as inovações tecnológicas possíveis.
Os debatedores fizeram uma análise do setor e do investimento realizado. Para Renato Casarotti, o mais importante é o setor perceber o paradoxo da infalibilidade em que está inserido, no qual todos os elos da cadeia possuem alta eficiência, mas isso não se traduz no ambiente real dos pacientes. Essa visão foi reforçada pela realidade do sistema público de saúde na equação. Segundo Eliezer Silva, as análises realizadas pelo Hospital Albert Einstein seguem essa mesma linha. “Percebemos que pacientes atendidos no setor privado têm maior chance de sobrevida do que aqueles que atendemos por meio das parcerias no sistema público”, disse.
Mirocles Veras apontou que a situação orçamentária das Santas Casas do país leva a situações de defasagem de atendimento. Hospitais de pequeno porte, com menos de 50 leitos, não costumam ter viabilidade financeira para implementar uma infraestrutura capaz de receber as tecnologias mais modernas.
“O principal objetivo do estudo foi trazer luz sobre as duas esferas da tecnologia médica – custo e bem-estar social – a fim de auxiliar na condução das discussões acerca da sua importância nas condições socioeconômicas do País e na tomada de decisão sobre a utilização de tais tecnologias pelos sistemas de saúde”, explicou Fernando Silveira Filho, presidente executivo da ABIMED.