Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

Manufatura aditiva e DMs personalizados: economia para a saúde e benefícios aos pacientes

Publicado em 06/12/2024 • Notícias • Português

A manufatura aditiva, popularmente conhecida como impressão 3D, está revolucionando o setor de saúde ao viabilizar dispositivos médicos (DMs) personalizados que reduzem custos e melhoram a recuperação dos pacientes. O tema foi destaque no simpósio “O Futuro da Medicina e a Medicina do Futuro”, realizado em 4 de dezembro no Senado Federal. Promovido pelas Frentes Parlamentares Mistas da Medicina (FPMed) e em Prol do Acesso e Uso Racional de Tecnologias em Saúde (FPMedTec), o evento contou com a participação da ABIMED, representada por Fernando Silveira Filho, Presidente-Executivo, e Felipe Carvalho, Diretor Regional de Brasília, que moderou o painel sobre o tema.

A ortopedia é uma das áreas mais beneficiadas pela impressão 3D, especialmente com próteses personalizadas. Embora já existam casos pontuais no Brasil, o presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), Paulo Lobo, destacou os desafios para expandir o acesso à tecnologia. “Esse debate é oportuno, porque precisamos acompanhar a tecnologia, que tem avançado mais rápido que o conhecimento humano”, afirmou.

A impressão 3D também é amplamente utilizada no planejamento cirúrgico e na cirurgia robótica. Pedro Noritomi, Coordenador do Grupo de Bioengenharia do Centro de Tecnologia da Informação (CTI) Renato Archer, explicou que modelos tridimensionais facilitam a troca de informações entre as equipes, resultando em procedimentos mais rápidos e precisos. “Além de beneficiar a recuperação do paciente, a tecnologia reduz custos ao evitar internações prolongadas e complicações”, pontuou.

A integração de inteligência artificial (IA) com manufatura aditiva permite criar designs personalizados com base no perfil anatômico do paciente. No entanto, como observou Rodolfo Castelo Branco, Coordenador Técnico do Laboratório de Tecnologias 3D (LT3D/NUTES-UEPB), essa abordagem exige profissionais qualificados e mudanças culturais no setor. “A educação continuada é fundamental para mostrar como essa tecnologia reduz custos e otimiza recursos, liberando profissionais para outras demandas.”

Os benefícios também se traduzem em números. Eduardo Valadares, Coordenador da Unidade Fabril de Dispositivos Médicos do NUTES/UEPB, destacou que, em cirurgias de fratura proximal de úmero, a manufatura aditiva reduz em 4% o custo da cirurgia, economiza 2 horas no procedimento e diminui em 8% as reinternações. Esses ganhos poderiam gerar uma economia estimada de R$ 44 milhões para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

“Eventos como este simpósio são fundamentais para aproximar desenvolvedores de tecnologia, profissionais de saúde e legisladores. Só assim conseguiremos criar estratégias para incorporar essas inovações nos sistemas de saúde de forma eficiente”, afirmou Valadares em entrevista exclusiva à ABIMED.

Ao destacar os impactos positivos da manufatura aditiva, o simpósio reforçou a necessidade de ampliar a adoção dessas tecnologias no Brasil, promovendo uma saúde mais acessível, eficiente e personalizada.

 

 

Mais notícias e eventos