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‘Sou contra a CPMF. Ninguém pode ser a favor”, diz Serra

Publicado em 08/06/2016 • Notícias • Português

O ministro das Relações Exteriores, José Serra, afirmou na noite desta segunda-feira que é contrário à volta da CPMF, o imposto do cheque, cuja retomada é admitida pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e pelo próprio presidente interino, Michel Temer.

“Sou contra a CPMF. Ninguém pode ser a favor. É preciso avaliar as implicações de se retomar o tributo, sobre a atividade econômica e a inflação”, afirmou ele em entrevista ao programa “Roda Viva”, da TV Cultura.

Serra disse ainda que “duvida” que Temer goste da CPMF, ao comentar sobre as declarações do presidente interino de que o tributo pode ser necessário “no futuro e provisoriamente”.

Apesar de suas opiniões sobre economia, o chanceler brasileiro foi categórico ao dizer que não tem ambições de assumir um ministério da área econômica. “Só quero fazer um bom trabalho no governo”, afirmou.

“Não cheguei a ser sondado para o Ministério da Fazenda. Meu nome sempre foi posto pela opinião público, mas eu nunca tive a ambição de ser ministro da Fazenda. No governo, só quero fazer direito, como no caso da Saúde e agora nas Relações Exteriores”, afirmou.

Serra avalia que a mudança para o governo interino de Temer já trouxe pontos positivos para a economia, como a melhora da confiança e a expectativa de baixa na inflação. “Torço para que a nossa economia vá bem”, disse.

Sobre o pacote de reajuste dos servidores públicos aprovado na semana passada, que poderá gerar R$ 50 bilhões a mais de gastos em quatro anos, Serra disse que já havia comprometimento geral, do Congresso particularmente, com o aumento dos servidores. “Não daria para dizer agora que é errado dar o aumento, mas que vai ter custo, isso vai. Porém, creio que nada bombástico”, disse.

Trump

Serra também abordou assuntos de sua Pasta e afirmou na noite desta segunda-feira que a eleição do empresário Donald Trump à Presidência dos Estados Unidos “não pode acontecer”.

Serra foi questionado pelos jornalistas sobre a possibilidade de Trump ser eleito. A princípio, ele disse que não acredita que isso vá ocorrer, mas diante da pergunta sobre “e se acontecer”, Serra disse em tom preocupado: “Não pode acontecer”. O chanceler brasileiro não deu mais detalhes sobre sua opinião.

Serra defendeu que o Brasil volte a aprofundar relações comerciais com os americanos, afirmando que os governos petistas deixaram essa parceria de lado por questões ideológicas.

“Vamos aprofundar a relação econômica com os Estados Unidos. E isso não significa submissão. Temos de combater o nosso complexo de inferioridade e agir como adultos”, afirmou.

Serra criticou a gestão externa petista ao afirmar que ela privilegiou o “multilateralismo”. “O governo anterior ficou deitado em berço esplêndido, achando que só vale o multilateralismo. Porque o governo petista não sabia o que estava fazendo. Nenhum país vai adotar posturas multilateralistas e prejudicar sua própria economia. Temos que partir para acordos bilaterais”, disse.

Fonte: Valor Econômico online

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