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Telemedicina reduz fila da consulta com especialista

Publicado em 02/09/2015 • Notícias • Português

Recursos da telemedicina têm sido usados na rede básica de saúde como forma de reduzir a fila por consultas com especialistas, um dos grandes gargalos no SUS.

Em São Paulo, por exemplo, o tempo de espera por um cardiologista é de oito meses. No Paraná, conseguir consulta com um reumatologista pode demorar três anos.

No programa Telessaúde, plataforma on-line do Ministério da Saúde, profissionais da atenção básica esclarecem, remotamente, suas dúvidas e têm uma segunda opinião do especialista.

Funciona assim: após se cadastrar na plataforma, o médico pode ligar gratuitamente ou mandar mensagem on-line para uma central onde há uma equipe de especialistas de várias áreas de plantão para atendê-lo em horário comercial–das 8h às 17h30, de segunda a sexta.

Uma dúvida comum, por exemplo, é sobre o tratamento do diabético que precisa de insulina. Médicos da atenção básica costumam não se sentir seguros na prescrição da droga e encaminham o paciente a um endocrinologista. Conseguir uma vaga, porém, pode levar meses.

Pelo Telessaúde, ele fala com o especialista, que, após analisar o histórico do doente, o orienta sobre remédios e cuidados com o paciente.

No Rio Grande do Sul, o serviço tem conseguido resolver 75% das dúvidas e evitado não só que os pacientes amarguem meses na fila de espera como também que se desloquem para outras cidades.

A iniciativa deu tão certo que o Telessaúde RS recebeu pesquisadores da Austrália e do Canadá no último mês.

“”As dúvidas podem ser esclarecidas em tempo real. É como se o médico estivesse falando com um colega. Só que do outro lado será atendido por alguém munido com as melhores evidências científicas sobre aquele problema””, diz o médico Erno Harzheim, coordenador-geral do Telessaúde RS.

Na versão original, o atendimento era prestado só por meio da plataforma digital. Mas a adesão dos médicos era baixa. “”Havia unidades que não estavam informatizadas, mas a principal queixa dos médicos era ter que parar o atendimento para preencher os dados na plataforma””, conta Harzheim.

Em 2013, veio a solução: telefone gratuito. “”Qualquer um hoje tem telefone. É imediato, ele liga e é atendido na hora. É um contato mais pessoal.”” Antes, só com a plataforma, o serviço fazia em média 160 teleconsultorias ao mês. Agora, faz 970.

Na avaliação do coordenador, a equipe tem capacidade de atender muito mais se houver mais procura. “”Poderíamos fazer mais 2.000 teleconsultorias por mês””, diz ele.

O uso dessa tecnologia, porém, esbarra em entraves como unidades sem acesso à internet e a sobrecarga ou desinteresse dos profissionais, segundo Harzheim.

O Ministério da Saúde afirma que está investindo na conectividade das unidades básicas de saúde.

O órgão diz que mais de 5.400 unidades já foram beneficiadas com internet rápida e que a expectativa é chegar a 12 mil até o final do ano.

Segundo Hêider Pinto, secretário de Gestão do Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde, as unidades também têm à disposição um software gratuito de gestão.

Entre outras coisas, essa tecnologia permite que o paciente tenha um prontuário eletrônico e reúna todo o seu histórico de atendimento. A ideia agora é somar a ferramenta ao Telessaúde.

De acordo com Pinto, o projeto ainda enfrenta a resistência dos médicos.

“”Para que o processo dê certo, ele precisa estar aberto ao diálogo. Mas existem aqueles que preferem continuar não sabendo cuidar do que pedir informação.””

Fonte: Folha de S.Paulo

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