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Realidade virtual já é usada até na recuperação de pacientes

Publicado em 23/07/2019 • Notícias • Português

Períodos de internação são estressantes e entediantes, sobretudo para crianças. Longe dos amigos e da escola, presas num ambiente monocromático, elas têm poucas opções para passar o tempo e se alegrarem. Pensando nisso, o produtor Freddy Zular resolveu levar sua experiência de mais de uma década na indústria de simuladores para o ambiente hospitalar. Há duas semanas, deu início ao projeto Smile VR , que usa óculos de realidade virtual para entreter jovens pacientes .

— A ideia segue a linha de palhaços, músicos e artistas que levam alegria para os hospitais — conta Zular. — A diferença é que, com a realidade virtual, a gente consegue transportar aquelas crianças, virtualmente, para fora do ambiente hospitalar.

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O projeto ainda está no início, de caráter voluntário no Hospital Sabará, em São Paulo. Uma vez por semana, Zular e sua equipe levam um óculos Gear VR, da Samsung, com um celular recheado de vídeos em 360 graus que transportam virtualmente as crianças para passeios em parques de diversões, mundos de dinossauros ou mergulhos no fundo do mar, sem que elas saiam, fisicamente, do hospital.

— Elas ficam animadas, contam para os pais que estavam nadando com tubarões, brincando em montanhas-russas, sem sair do leito hospitalar — afirma o produtor. — A criançada de hoje não quer papel para desenhar, adesivo e jogo de carta. É difícil tirá-las do celular. A realidade virtual usa a linguagem dessa geração.

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Esta aplicação da tecnologia ainda é incipiente no mundo, mas alguns estudos já apontam os benefícios da realidade virtual. No Children’s Hospital de Los Angeles, por exemplo, pesquisadores perceberam que a distração reduz a dor durante coletas de sangue.

Na Universidade Florida Atlantic, os óculos estão sendo usados para distrair crianças na vacinação. No Lucile Packard Children’s Hospital, da Universidade Stanford, a realidade virtual está disponível em todos os leitos para distração dos pacientes.

— O meu sonho é criar conteúdos exclusivos para este fim. Não só para entretenimento, mas para ajudar crianças em recuperação — diz Zular. — Na fisioterapia, por exemplo, os óculos podem estimular certos músculos involuntariamente, apenas pela imersão na realidade virtual.

Mercado em expansão
O termo realidade virtual surgiu na década de 1980 e, desde então, é chamada como tecnologia do futuro, principalmente na indústria de videogames. Enfim, o futuro parece estar chegando. Gigantes como Facebook, Google, Samsung, Sony e Microsoft já possuem óculos disponíveis no mercado ou para programadores.

De acordo com a consultoria IDC, 8,9 milhões de equipamentos de realidade virtual e aumentada serão comercializados este ano, volume 54,1% maior que em 2018. Para 2023, a previsão é que o mercado alcance 68,6 milhões de unidades.

Com mais equipamentos nas ruas, maior o público para serviços, que começam a se multiplicar e diversificar para além dos videogames. A start-up americana NextVR oferece um cardápio de programação de eventos ao vivo, com shows de comédia, apresentações de dança e até grandes eventos esportivos, como jogos da NBA. O pacote da liga americana de basquete custa US$ 10,99 por mês e inclui a transmissão por realidade virtual.

A Linden Lab, criadora do Second Life — mundo virtual que fez sucesso na década passada —, lançou uma nova plataforma com avatares e ambientes digitais. O Sansar segue a mesma linha, mas com realidade virtual para imersão total no mundo virtual.

A plataforma também oferece eventos ao vivo, com artistas, com seus avatares, fazendo apresentações de comédia e música.

No início do mês, a companhia fechou parceria com a gravadora canadense de música eletrônica Monstercat, para a realização de festas virtuais na plataforma. Ebbe Altberg, diretor executivo da Linden Lab, conta que o maior evento ao vivo já realizado no Sansar reuniu, simultaneamente, mais de 800 pessoas. O futuro, aposta, é dos grandes eventos em realidade virtual.

— É exatamente como um evento real, mas você não precisa viajar pelo mundo. Nem o artista, nem o público — argumenta Altberg. — Você pode participar da sua sala de estar, mas ainda ter a emoção de participar de um grande evento, com milhares de outras pessoas de todo o mundo, ao mesmo tempo.

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Fonte: O Globo

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