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Exame médico

Publicado em 30/06/2015 • Notícias • Português

A preocupação em garantir a boa qualidade da formação universitária no país deveria atingir o paroxismo nos cursos de medicina. Equívocos de profissionais desse campo, afinal, podem ocasionar prejuízos irreparáveis.

Passa longe disso, porém, a realidade brasileira. Não há um teste nacional para o ingresso na carreira médica, a exemplo daquele a que são submetidos os que desejam exercer a advocacia.

A implementação desse tipo de prova depende de alteração da legislação federal. O Congresso, todavia, não parece interessado em fazer as modificações necessárias; há mais de dez anos tramita um projeto para instituir teste com esse fim.

Enquanto não prospera nada parecido, propõem-se alternativas. A mais recente partiu do CFM (Conselho Federal de Medicina) e da Abem (Associação Brasileira de Escolas Médicas) e visa a estabelecer parâmetros de referência para os cursos de medicina.

As entidades criaram um sistema de avaliação que certifica faculdades que cumprirem critérios em itens como infraestrutura, capacitação de docentes e projeto pedagógico. O modelo, de adesão voluntária, começa a ser testado em 20 instituições –são 241 no país.

O sucesso da iniciativa, contudo, depende da procura pelo selo de qualidade na hora de escolher uma faculdade. Se essa não for uma questão importante para os alunos, é difícil imaginar que as escolas venham a se desdobrar para obter a certificação.

Nesse sentido, parece mais promissora a proposta do Cremesp (Conselho Regional de Medicina de SP). A entidade vem se articulando com hospitais, planos de saúde e cursos para que a nota da prova aplicada anualmente a todos os formandos do Estado conte como critério para a contratação de médicos e seleção de residentes.

É a maneira encontrada pelo conselho para dificultar a vida dos reprovados no exame –55% no último realizado–, que hoje também têm direito ao registro profissional.

Já se manifestaram a favor da iniciativa o hospital Albert Einstein, as operadoras Unimed de SP e as faculdades de medicina da USP e da Unifesp. A medida, de todo modo, tem sua abrangência limitada e depende de adesões para ter efeito.

As propostas são bem-vindas, mas é forçoso reconhecer que não resolvem o problema da qualidade dos médicos, um desafio de monta para um país que ainda nem venceu a batalha da quantidade.

Fonte: Folha de S.Paulo

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