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Alzheimer pode ser transmitido, indica pesquisa

Publicado em 09/09/2015 • Notícias • Português

Um novo estudo sugere que fragmentos de uma proteína encontrada no cérebro de indivíduos com Alzheimer podem ser transmitidos para outras pessoas por meio de certos procedimentos médicos ou cirúrgicos.
A hipótese de que o Alzheimer poderia ser transmissível foi levantada com base em uma pesquisa feita em cérebros de pacientes mortos em decorrência da Doença de Creutzfeldt Jakob (DCJ), popularmente conhecida como doença da vaca louca. O estudo foi publicado ontem na revista Nature.
Segundo os autores,a pesquisa não traz nenhuma evidência de que o Alzheimer seja contagioso, mas o estudo do cérebro de oito pacientes mortos com DCJ sugere que “sementes” da proteína beta amiloide podem ser transmitidos por procedimentos médicos. Em pacientes de Alzheimer, essas proteínas formam placas entre as células do cérebro, impedindo a comunicação entre elas.
Os oito pacientes cujos cérebros foram estudados desenvolveram a DCJ depois de receberem injeções de hormônio do crescimento produzidas, com base em cadáveres, entre 1958 e 1985,quando esse tipo de procedimento ainda era permitido.
Além dos agentes infecciosos da DCJ, os cientistas encontraram, em quatro dos cérebros, fragmentos da proteína beta amiloide, sugerindo que as “sementes”do Alzheimer teriam sido adquiridas durante o procedimento médico.
Hipótese. Os autores, porém, destacam que o contágio de Alzheimeré só hipótese.“Nosso estudo está especificamente relacionado às injeções de hormônios do crescimento derivadas de cadáveres, um tratamento que não existe mais há anos. É possível que a descoberta possa se aplicar a outros procedimentos médicos ou cirúrgicos, mas, para avaliar esse risco,será preciso fazer mais pesquisas”, disse o líder do estudo, John Collinge, da College University London, no Reino Unido.
Segundo Collinge, o estudo não pretendia levantar evidências de que o Alzheimer poderia ser contagioso. Mas os resultados, segundo ele, são suficientes para promover uma quebra de paradigmas. “O que mostramos é que,além de existir a doença de Alzheimer esporádica e aquela que é herdada de família, pode haver também formas adquiridas da doença.” O estudo conclui dizendo apenas que é provável que as proteínas infecciosas do Alzheimer sejam transmitidas da mesma maneira que a DCJ. “As proteínas ‘sementes’ de Alzheimer poderiam seguir uma rota semelhante de transmissão. Elas teriam também o potencial para se unir a superfícies de metal. Por isso houve especulação de que poderia haver riscos envolvendo cirurgias ou intervenções dentárias”, afirmou.

Fonte: Folha de S.Paulo

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