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Faltam médicos sob todos pontos de vista’, diz superintendente do Sírio-Libanês

Publicado em 30/08/2015 • Notícias • Português

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‘Faltam médicos sob todos pontos de vista’, diz superintendente do Sírio-Libanês

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A incorporação da tecnologia no sistema de saúde deve estar associada à redução de custos e ao aumento da qualidade dos serviços ofertados. Essa constatação norteou o debate da última mesa do Fórum Tecnologia e Acesso à Saúde promovido pela Folha nesta segunda-feira (31) no auditório do Tucarena, em São Paulo.

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Primeiro a falar, Paulo Furquim, coordenador do Centro de Pesquisa de Estratégia do Insper, afirmou que a discussão em torno da tecnologia da medicina deve se concentrar no lado da demanda e levar em consideração o fenômeno da judicialização da saúde.

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Segundo ele, o fato de que as partes possam recorrer ao Judiciário para exigir um tratamento é desejável em uma democracia. O problema, diz, é a decisão do Judiciário normalmente ser muito baseada no indivíduo e pouco preocupada com o todo. É impossível mensurar o valor de uma vida, “”mas, do ponto de vista da sociedade, uma decisão favorável ao indivíduo pode ser prejudicial ao sistema””.

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Jorge Araujo/Folhapress

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Claudio Lottenberg, presidente da Sociedade Israelita Brasileira Albert Einstein, ressaltou que a tecnologia ruim, desprovida de teste empírico, encarece o sistema e pode ser pouco eficiente para o paciente.

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Outro problema é a ausência de informação e conhecimento por parte do médico e do paciente. “”Hoje até mesmo o médico desconhece os resultados da tecnologia que está aplicando””.

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Lottenberg também apontou a remuneração dos médicos como um problema para o sistema como um todo. Hoje o profissional recebe de acordo com a doença e não com a saúde dos pacientes. Assistiríamos hoje, segundo ele, à prática da medicina vingativa. “”O médico ganha pouco e por isso pede exames que não precisaria pedir””.

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Para Antônio Jorge Gualter Krops, diretor da Amil, não se pode brigar com a tecnologia. “”É uma das maiores conquistas da humanidade””. O problema, diz o médico, é a inequidade, que distribui o acesso à inovação de modo irregular.

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Ele prevê que uma das tendências mais importantes do futuro da medicina será o autocuidado. Com mais acesso à informação, os pacientes terão maior responsabilidade dentro do tratamento, o que deverá ter impacto na própria atuação do médico.

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O superintendente de Estratégia Corporativa do Hospital Sírio-Libanês, Paulo Chapchap, abordou a questão da tecnologia pela ótica da carência de recursos humanos em número e competência. “”Faltam médicos sob todos os pontos de vista””. Segundo ele, para atingir a quantidade de profissionais recomendada pela OMS teríamos que aumentar em ao menos 50% a oferta de médicos.

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Ele atribui a esse fator as dificuldades de alocar médicos em regiões menos desenvolvidas. “”Para levar um pediatra ao Grajaú, no extremo sul de São Paulo, temos que pagar um salário de R$ 20 mil para uma jornada de 40h semanais. Em que outra profissão encontramos um salário inicial como esse?””

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Chapchap disse também que a avaliação positiva dos médicos cubanos que trabalham no Programa Mais Médicos se deve, essencialmente, à experiência que eles têm com a atenção básica. Os poucos médicos que formamos “”não têm a capacidade necessária de acolhimento do paciente””.

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Durante o debate foi levantada a questão do financiamento do sistema de saúde público. Furquim lembrou da recente movimentação do governo federal pelo retorno da CPMF como forma de trazer mais recursos para a saúde e a resistência da classe política e da sociedade em geral à volta do tributo.

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Chapchap, no entanto, disse que é impossível alcançar alguma equidade na oferta de serviços públicos de saúde se o volume de recursos disponíveis não for maior do que os atuais 4% do PIB.

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Por fim, o superintendente de estratégia corporativa do Sírio Libanês reforçou a tese de Krops de que a tendência é que o paciente se torne cada vez mais um agente ativo do seu próprio cuidado.

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“”Os médicos têm que entender que terão papel diferente no futuro e que perderão o protagonismo para o paciente.””

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Fonte: Folha de São Paulo

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