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Advent compra fatia de 13% do Fleury

Publicado em 15/09/2015 • Notícias • Português

A gestora americana Advent adquiriu 13% do capital do Fleury por cerca de R$ 400 milhões, conforme antecipou ontem o Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor. Essa fatia pertencia a um grupo de médicos que reduziu sua participação para 28%. Já a Bradesco Saúde mantém os 16% da empresa de medicina diagnóstica.
Nessa transação, o Advent não precisará estender a oferta aos minoritários e ao mesmo tempo soluciona o problema dos médicos, que buscavam um comprador para quitar uma dívida de cerca de R$ 150 milhões captada no Banco do Brasil para compra de 8,4% das ações do Fleury que estavam em poder da Rede D’Or. O grupo hospitalar recebeu papéis do Fleury como parte do pagamento da venda de sua rede de laboratórios Labs, em 2010. A ideia dos médicos era pagar o empréstimo bancário, assinado no primeiro semestre de 2013, com dividendos. No entanto, o desempenho do Fleury nos 18 meses seguintes foi extremamente fraco, impactando o valor das ações, e motivando os médicos a venderem sua fatia.
Trata­se do primeiro negócio na área de saúde do Advent no Brasil. A gestora americana chega num momento em que o Fleury volta a apurar resultados positivos após uma profunda reestruturação, que levou um ano e meio e fez a companhia retomar suas origens, com foco no público premium. No segundo trimestre, o lucro líquido do Fleury mais do que dobrou e a companhia registrou crescimento no Rio de Janeiro, praça em que apurava resultados negativos desde 2013.
No ano passado, durante sete meses, a gestora Gávea negociou com exclusividade a aquisição de 41,2% do Fleury por cerca de R$ 1,2 bilhão. Esse valor poderia dobrar com o ‘tag along’. No entanto, no último momento, a operação foi interrompida por divergências no valor pedido pela família fundadora do Hermes Pardini, laboratório mineiro em que o Gávea detém 30% de participação. Segundo fontes do setor, a família Pardini queria um valor 20% a 30% superior ao ofertado na transação, o que fez os investidores desistirem. O Gávea já havia levantando recursos com o fundo soberano de Abu Dhabi e um fundo do Goldman Sachs.
Ainda de acordo com fontes, o desfecho da negociação com Fleury teria causado tamanho mal estar dentro do Gávea que a gestora decidiu vender sua fatia de 30% do Hermes Pardini, adquirida em 2011. Esse imbróglio teria sido mais um fator para aumentar a insatisfação do Gávea que, apesar de ser dono de uma fatia relevante, enfrenta dificuldades para impor seu estilo de trabalho no Hermes Pardini.
O interesse dos fundos de private equity estrangeiros nas empresas de medicina diagnóstica é antiga. O Pátria foi o primeiro a investir no setor em 1999 na Dasa, dona de laboratórios como Delboni Auriemo e Lavoisier, e atualmente, é acionista na Alliar, rede de laboratórios de exames de imagem.
Além disso o Pátria, em conjunto com a americana Blackstone, também analisou a aquisição do Fleury na etapa inicial de prospecção em 2014.
Outra empresa do setor bastante cobiçada é o SalomãoZoppi, rede de medicina diagnóstica de São Paulo, que está negociando com cinco fundos estrangeiros a venda de uma fatia entre 20% e 30%. A operação deve ser concluída até o fim deste ano e está sendo coordenada pela MTS Health Partners, consultoria americana especializada em saúde que recentemente abriu escritório no BrasiL.

Fonte: Valor Econômico

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