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Cirurgia com novos stents bioreabsorvíveis para pacientes cardíacos

Publicado em 14/07/2015 • Notícias • Português

As doenças cardiovasculares ainda são as principais causas de morte no Brasil, chegando à marca de 29% dos óbitos no país. Estima-se que de 5% a 8% dos adultos acima de 40 anos têm predisposição à doença arterial coronariana, a forma mais comum de cardiopatia. Outro agravante é o envelhecimento da população e hábitos de vida, como dieta e tabagismo, que podem, ainda, auxiliar na ampliação desses números.

A Medicina está sempre buscando oferecer novas tecnologias para o tratamento de pacientes cardiovasculares e esse também é dos objetivos da equipe de cardiologia do Hospital Santa Cruz.

Desde o final de 2014, os pacientes contam com mais uma possibilidade na cardiologia, a intervenção percutânea para implante de stentes bioreabsorvíveis. Em dezembro, o médico intervencionista, Dr. Luiz Augusto Lavalle e o Dr. Rubens Zenobio Darwich, médico cardiologista do Hospital Santa Cruz, realizaram a primeira cirurgia deste tipo no hospital. 0 paciente foi submetido, com sucesso, ao implante de dois destes dispositivos. “”Esses stentes são reabsorvidos pelo próprio organismo, ou seja, com o tempo, ele desaparece, o que não acontece com os atuais stentes que são de aço inox””, explica Darwich. “”A restauração do fluxo sanguíneo através do implante deste stent bioreabsorvível pode ser um marco histórico na forma como a doença arterial coronariana é tratada atualmente””, diz.

Lavalle explica que o sucesso do procedimento consistiu na escolha do caso e respeitando as técnicas adequadas para o implante. O stent bioreabsorvível permite a restauração do fluxo sanguíneo no coração, pois é similar a um stent metálico permanente, mas que some entre 2 e 3 anos depois de fazer o seu trabalho. 0 resultado é um vaso sanguíneo que pode recuperar a função e os movimentos naturais, uma vez que fica livre de um stent metálico permanente.

O que é o stent bioreabsorvível

Disponibilizado pela indústria farmacêutica Abbott Vascular, este dispositivo é elaborado com “”polímero””, que permite a desobstrução das artérias coronárias, que irrigam o coração, possibilitando o retorno do fluxo sanguíneo normal através do vaso. Este é o primeiro stent bioreabsorvível aprovado para uso no mundo.

A novidade integrou estudos clínicos em 26 países em todo mundo, inclusive no Brasil, com a participação de três centros nacionais de pesquisa, como o Instituto Dante Pazzabese, o Hospital Israelita Albert Einstein e o Instituto de Cardiologia do Triângulo Mineiro. Os resultados mostraram que o stent bioreabsorvível mantém o vaso sanguíneo desbloqueado ao longo do tempo de maneira segura e eficaz, quando comparado a outros modelos disponíveis.

Os stentes são pequenas armações, parecidas com telas finas de metal cilíndrico, colocadas na artéria coronária, em local onde existe uma obstrução que limita o fluxo de sangue, com o objetivo de aumentar o fluxo sanguíneo para irrigar o tecido muscular do coração. “”A grande diferença, no caso do stent bioreabsorvível está na sua tecnologia, no material com o qual é produzido, pois o polímero, em contato com a parede dos vasos, reage quimicamente e é transformado, com o tempo, em água e dióxido de carbono””, comenta Darwich.

0 cardiologista destaca que o organismo começa a absorver esse material em, aproximadamente, seis meses após o implante. “”Depois de dois anos, toda a estrutura desaparece do organismo, sem qualquer efeito colateral””, explica.

Para quem é indicado

Como os stentes metálicos, os bioreabsorvíveis são indicados para pacientes que demonstram, através de sintomas de angina (dor no peito) ou exames que demonstram circulação sanguínea severamente diminuída para uma determinada área do músculo cardíaco e, por isso, têm uma ou mais artérias estenosadas, ou seja. obstruídas ou estreitadas. Após a avaliação da anatomia das artérias do coração, o paciente pode ser indicado para o procedimento cirúrgico.

“”O procedimento cirúrgico é feito com anestesia local e sedação, podendo durar de 30 a 60 minutos, e normalmente recebe alta da UTI no dia seguinte””, esclarece Darwich.

Fonte: Revista Vida Plena

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