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Maílson da Nóbrega considera o controle de preços um equívoco para combater fraudes na comercialização de próteses

Publicado em 25/05/2016 • Notícias • Português

“O controle de preços é uma intervenção equivocada no mercado. Nenhuma regulação de preços pode trazer benefícios a quem quer que seja e os países que a adotaram não se deram bem. Seria uma medida negativa, impensada e inconveniente”. A afirmação foi feita ontem pelo economista e ex-Ministro da Fazenda, Maílson da Nóbrega, em relação à intenção do governo de promover uma regulação de preços no segmento de OPME (órteses, próteses e materiais especiais) em resposta ao escândalo da comercialização desses produtos conhecido como “máfia das próteses”.

O economista, que participou do painel “A conjuntura nacional e a saúde no país: a regulação econômica é uma solução para reduzir custos e coibir fraudes?” promovido pelaABIMED-Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para Saúde na Feira Hospitalar, citou o Japão e a França, que adotaram o controle de preços de OPME, como exemplos de países que não obtiveram sucesso com a medida.

“No Japão ele inibiu a modernização e a pesquisa e dificultou o acesso dos pacientes aos produtos mais inovadores. Na França houve ineficiência e aumento de custos. Já nos Estados Unidos, que pratica o livre mercado, e na Alemanha, que implantou o sistema de co-pagamento, o uso excessivo de OMPE foi desestimulado e os custos caíram”, comparou ele.

Maílson da Nóbrega disse ter esperança de que o atual governo desista de promover esse tipo de intervenção no mercado, uma vez que a experiência internacional indica que os melhores resultados foram alcançados em países que promoveram e adotaram a livre concorrência e a transparência de mercado.

“Isso não quer dizer que não seja necessário adotar algum tipo de regulação, mas uma regulação inteligente, onde todos desta cadeia de suprimento que é complexa ganhem, ou seja, a indústria, hospitais, distribuidores e os pacientes”, ressaltou.

Segundo o ex-Ministro da Fazenda, a área econômica do atual governo agora tem “um rumo” que deve promover estabilidade no segundo semestre e algum crescimento em 2017 e que há razões para esperança. Disse que o Brasil tem um mercado interno forte, instituições, base industrial e sistema financeiro sólidos e um conjunto de conquistas que permitem acreditar que “estamos no limiar de uma virada”.

“A área da saúde, que sofreu como todos os outros segmentos os efeitos da recessão e da destruição da atividade econômica, também deve se recuperar. A indústria de inovação é um elemento chave para o desenvolvimento, porque gera empregos, renda, aumento de produtividade e contribui para o bem estar da população e o crescimento do país”, avalia.

Fonte: Portal Hospitalar

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