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Oftalmologista usa internet para revelar crise em hospital de SP

Publicado em 10/11/2015 • Notícias • Português

Um médico usou a internet, nesta quarta-feira (28), pra denunciar a crise do setor de oftalmologia do Hospital da Universidade Federal de São Paulo, que é considerado de referência. “Atenção, atenção: cancelaremos todas as cirurgias de retina na Unifesp por falta de material. O povo mais pobre e sem recursos vai ficar cego”, escreveu André Maia.

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O desabafo, publicado numa rede social, é de um oftalmologista que não aguenta mais ter que cancelar cirurgias no Hospital São Paulo, que faz parte da Universidade Federal de São Paulo. “Se a gente demora muito pra fazer a cirurgia desses pacientes, a gente não consegue mais recuperar visão deles”, afirma o oftalmologista.

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Professor titular de oftalmologia, o médico Rubens Belfort Júnior diz que o hospital tem capacidade para fazer 400 cirurgias por mês, mas só consegue fazer 50. “Não adianta eu ter o centro cirúrgico, eu ter o médico, ter o equipamento maior. Precisa ter aquele material de consumo da cirurgia. Isso é que não existe”, diz o professor.

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O superintendente do Hospital São Paulo não permitiu que a equipe do Jornal Nacional entrasse para mostrar a situação, mas, numa entrevista, José Roberto Ferraro reconheceu que a situação é crítica. Ele disse que os problemas ocorrem não só na oftalmologia, mas em todas as áreas. Disse que o hospital tem um déficit mensal de R$ 2 milhões e que já está devendo aos bancos R$ 90 milhões.

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Ele explicou que o repasse não cobre o custo do hospital, nem acompanha o aumento dos preços do material. “Embora não seja adequado falar isso, um doente que tá na fila pra operar uma hérnia, ele tem mais capacidade de esperar do que um doente que tem um glaucoma, que tem um câncer. Então, quando o orçamento geral é insuficiente, vários sofrem”, afirma Ferraro.

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Dona Angelina, de 90 anos, conseguiu ser operada nesta quarta-feira (28). “Eu estou feliz da vida. Ganhei na loteria hoje”, compara.

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Mas a sorte passou longe da aposentada Ester França Bazoli. Ela viajou mais de 200 quilômetros para corrigir um descolamento de retina, um problema grave. “Cada dia estou mais cega, não estou enxergando quase nada, e não sei como vai ficar”, lamenta. Perdeu a viagem.
“Eles não têm como fazer cirurgia. Eles não têm material para trabalhar”, diz uma mulher.

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A Secretaria Estadual da saúde afirmou que o financiamento do Hospital São Paulo deve ser feito pelo Ministério da Saúde e pelo o Ministério da Educação e que ajuda de forma absolutamente voluntária.

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O Ministério da Saúde afirmou que a administração do Hospital São Paulo passou pro estado, porque deixou de realizar atendimento unicamente pelo Sistema Único de Saúde, que o governo federal só repassa os custos dos pacientes do SUS e que, este ano, destinou um adicional de 7,5% a essa verba.

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Já o Ministério da Educação afirmou que repassou R$ 12 milhões este ano ao hospital.

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Fonte: G1 – Jornal Nacional

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